Tradição em Coxim, Festa do Divino chega à Assembleia Legislativa

Uma das manifestações religiosas mais antigas do Mato Grosso do Sul, a Festa do Divino Espírito Santo chegou especialmente à Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (10/6). A tradicional celebração com a participação de festeiros, autoridades e servidores ganhou espaço na Casa de Leis há nove anos com o apoio do deputado Junior Mochi (PMDB).

Realizada há mais de cem anos em Coxim, e geralmente no mês de julho, a Festa do Divino Espírito Santo reúne fé, música, tradição, comidas típicas, artesanato local e apresentações culturais. Segundo o padre coxinense Micael Carlos Andrejzwski, o auge do evento é a visita da bandeira do Divino nas casas das pessoas que retribuem com ofertas para a tradicional quermesse que neste ano acontece entre os dias 17 e 26 no Salão Paroquial São José, em Coxim. A festa é considerada a maior manifestação religiosa e cultural do município, que se mobiliza durante três meses para celebrar a presença do Espírito Santo.

“O objetivo é unir as famílias, promover a confraternização e celebrar a fé”, destacou padre Micael, que ressaltou o orgulho dos coxinenses ao preservar uma manifestação que já foi festividade durante a Guerra do Paraguai. “Há documentos que atestam que a Festa do Divino faz parte do calendário de Coxim há 140 anos”, citou.

Pelo segundo ano consecutivo, a missa do Divino na Assembleia recebeu a participação da associação religiosa Arautos do Evangelho. “É uma das festas mais tradicionais e mais importantes que existem no Estado, onde comemoramos os dons do Espírito Santo que incluem inteligência e compaixão. São dons que todos nós precisamos”, disse o Padre Max Adriano, do Arautos.

Há 9 anos, quando envolveu a Assembleia Legislativa nos festejos do Divino, o deputado Junior Mochi reforçou a tradição que, segundo ele, tem uma forte representação para os coxinenses. “É um momento de reflexão, de pedir bênçãos e de agradecimentos”, completou.

A tradição carrega histórias de fé e graça como a do músico Aparecido Marques Barbosa, 67 anos. Ele conta que, há 47 anos, a tradição mudou sua vida. Após perder o pai de forma trágica, ele encontrou na Festa do Divino a força que precisava para superar a dor. “Era um jovem de 16 anos quando me envolvi nas comemorações e me sinto muito gratificado a cada ano. É uma forma de agradecer todas as bênçãos que recebi”, enfatizou.