Parlamentares debatem questão indígena durante sessão plenária

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Parlamentares comentaram impasse entre indígenas e produtores rurais
14/10/2015 - 12:37 Por: Fabiana Silvestre e Heloíse Gimenes    Foto: Roberto Higa

Os conflitos no campo entre indígenas e produtores rurais em Mato Grosso do Sul voltaram a ser debatidos pelos deputados estaduais durante a sessão plenária desta quarta-feira (14/10). O deputado Zé Teixeira (DEM) disse que os povos indígenas perderam a própria identidade e cultura ao longo do tempo e que isso deve ser considerado ao se analisar a situação atual das comunidades. “Não estamos falando sobre silvícolas, mas de índios aculturados que vivem em Mato Grosso do Sul e, se tem índio em pouca terra, vamos comprar as terras e dar dignidade às famílias”, disse.

Zé Teixeira ressaltou que compete aos órgãos federais colocar fim ao impasse histórico. “Quem tem que resolver é a Justiça brasileira e, se está moroso, vamos ver se é possível resolver politicamente, no Congresso [Nacional], com nossos deputados e senadores”, afirmou.

O deputado Pedro Kemp (PT) demonstrou preocupação com os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar a atuação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) junto às comunidades indígenas no Estado. “Estou indignado com os rumos que a CPI está tomando e o que vimos ontem foi a fala de teóricos direitistas”, avaliou, com relação às declarações do sociólogo e jornalista Lorenzo Carrasco e do jornalista Nelson Barretto, que participaram da primeira oitiva da CPI do Cimi, realizada ontem (13/10), na Assembleia Legislativa.

Presidente da comissão, a deputada Mara Caseiro (PTdoB) afirmou que os palestrantes explicaram a real concepção do Cimi. “Ele foi criado para evangelização e civilização, integrando os povos brasileiros, mas ocorre que, hoje, estamos constatando a divisão dos povos e não a civilização, havendo uma pregação pela guerra entre os irmãos”, enfatizou.

Segundo o deputado Cabo Almi (PT), os parlamentares devem se unir para buscar conjuntamente possíveis soluções para o impasse. “Percebo que não há avanços, mas o acirramento dos ânimos e a minha preocupação é que pudéssemos ter logo uma área indenizada, inaugurando um novo momento, mas os resultados que queremos não surgem da CPI”, concluiu.

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