Deputada apresenta números da dengue e alerta para prevenção

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"Vamos, juntos, cuidar da prevenção", disse a deputada Mara
18/11/2015 - 12:02 Por: Fabiana Silvestre e Fernanda Kintschner    Foto: Victor Chileno

A deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa, durante a sessão plenária desta quarta-feira (18/11), para falar sobre as preocupantes estatísticas relacionadas à dengue em Mato Grosso do Sul. O assunto foi tema da audiência pública Estudos e Avanços no Controle da Epidemia da Dengue, realizada no último dia 11 de novembro por proposição da parlamentar, que também é presidente da Comissão Permanente de Saúde da Casa de Leis.

Cerca de 390 milhões de pessoas são infectadas por ano com o vírus da dengue, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) citados pela deputada Mara. “Temos que cuidar para que o Aedes Aegypti não se reproduza; vamos, juntos, cuidar da prevenção, cuidar das nossas casas”, afirmou a deputada.

Ela também apresentou levantamento da Secretaria Estadual de Saúde. Este ano, já foram contabilizadas 31 mil notificações de casos de dengue em todo o Estado. Ao todo, 13 mortes por dengue foram confirmadas, sendo três em Dourados. Em 2014, foram nove mil casos e a última epidemia ocorreu em 2013, com 102 mil casos.

A alta incidência de vetores foi constatada em 67 municípios de Mato Grosso do Sul e a Secretaria Estadual ainda alerta que a fêmea do mosquito, infectada pelo vírus da dengue, pode produzir mil ovos, sendo que eles resistem até 450 dias à espera de água para eclodir. Em 2013, Campo Grande atendeu cerca de 1.500 pacientes diariamente nas Unidades Básicas de Saúde com sintomas da doença, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde.

Vacina

A deputada também ressaltou que representantes da empresa Sanofi Pasteur, que desenvolveu vacina contra a dengue após 20 anos de estudos, participaram da audiência pública. Eles informaram que aguardam liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a comercialização do produto, que está prevista para 2016.

“A vacina foi testada em 40 mil indivíduos voluntários, de nove meses a 60 anos de idade, em 15 países, e constatou 65,6% de eficácia e 81% a menos de encaminhamentos para internações. Isso representa uma economia, visto que o doente deixa de ir trabalhar, gasta com transporte para procurar médico, gasta para se tratar e representa também menos superlotação em hospitais, consequentemente mais gastos públicos em saúde”, resumiu, durante a audiência pública, a diretora médica da Sanofi Pasteur, Sheila Homsani.

A empresa estima que os gastos com casos ambulatoriais somam R$ 1,2 bilhão por ano com dengue. O custo da vacina ainda não foi definido, mas foi prometido que ela será viabilizada tanto para a rede pública quanto para a rede privada e deve ser aplicada em três doses, com intervalos de seis meses entre cada uma.

Saiba mais

Segundo o Ministério da Saúde, a dengue é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti ao picar os seres humanos. O primeiro sintoma da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto e que geralmente dura entre dois e sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e prurido cutâneo. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. O tratamento deve ser indicado por um médico.

O Aedes Aegypti também transmite chikungunya, zika vírus e febre amarela. Estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ainda revelam que há um  vetor secundário do vírus do dengue, o Aedes Albopictus, também transmissor das outras três doenças. A prevenção da proliferação do mosquito deve ser feita das seguintes formas: descarte correto de lixos, em sacolas fechadas; evitar água parada em vasos de plantas, colocando areia; limpar a bandeja do aparelho de ar-condicionado; lacrar caixas d’água; remover sujeiras de calhas; lavar recipientes de águas de animais e trocar a água todos os dias; guardar pneus em locais cobertos, entre outros procedimentos.

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