Mochi destaca o protagonismo da Casa de Leis para o desenvolvimento de MS

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Mochi ressalta a importância do Poder Legislativo para a sociedade
02/02/2016 - 12:25 Por: Christiane Mesquita    Foto: Roberto Higa

Encerrando a abertura da 2ª Sessão Legislativa da 10ª Legislatura da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, realizada nesta manhã (2/2), o presidente Junior Mochi (PMDB) previu, na retomada dos trabalhos, o enfrentamento de novos desafios pela Casa de Leis, devido ao delicado momento de crise. “Esta é uma casa plural, abrigando diversas vertentes de pensamento. É uma casa política, onde pulsa o sentimento da sociedade, onde vicejam os sonhos de vida melhor e de progresso que nos move a todos. Aprendemos aqui a construir caminhos, extraindo do diálogo e do debate as melhores soluções. E, no último ano, nos preparamos para viver essa nova realidade. Reestruturamos a nossa gestão, modernizamos práticas e redobramos a nossa capacidade de trabalho”, ressaltou.

O presidente também reafirmou o bom relacionamento de diálogo e independência entre os três poderes, o que possibilitou avanços e soluções para problemas trazidos para o Legislativo Estadual pela sociedade civil organizada, aumentando o trabalho parlamentar em todo o contexto no ano anterior. “Além de maior atividade parlamentar, o aumento expressivo de realização de Audiências Públicas, e o permanente envolvimento da Assembleia Legislativa em questões pertinentes ao bem-estar dos sul-mato-grossenses. Atuamos na educação, saúde, questão fundiária e indígena, questão tributária, sendo indispensável o protagonismo do Poder Legislativo”, declarou.

Mochi justificou a importância da ação de cada deputado para enfrentar a situação de crise, e ressaltou que a Casa de Leis estará sempre disposta a ouvir a população. “Continuaremos a parceria com o governo do Estado, no intuito de encontrar a melhor saída para o avanço no desenvolvimento das políticas públicas. Os deputados tem plena consciência, cada um com sua responsabilidade e pensamento, através do diálogo e discussão permanente com a sociedade e setores, para atender as necessidades das pessoas”, registrou o deputado.

Confira o discurso na íntegra:

Senhoras deputadas,

Senhores deputados...

A retomada dos trabalhos legislativos deste ano vem marcada pela presença de uma crise que, de tão ampla, não cabe mais num único adjetivo.

Deixou de ser a grave crise política ou crise moral que nos espanta a cada dia pela inexistência de limites, e não pode ser encarada como crise econômica ou crise de gestão porque também dessas fronteiras já se libertou pela amplitude com que nos envolve com seus efeitos nefastos.

É uma crise, como nunca se viu antes, a nos trazer desafios que, também, nunca tivemos diante de nós até hoje.

Trago para esta sessão solene essa reflexão, certo de que todos, de uma forma ou de outra, já perceberam e vivenciam esta realidade.

Está a nossa volta, nos abraça sem cerimônia. Incorpora-se ao nosso cotidiano com uma intimidade que não permite a mais ninguém deixar de agir... deixar de reagir!

Se, como cidadãos, compartilhamos desse sentimento;como agentes políticos, nos inquietamos.

Honestidade, transparência e competência deixam de ser bandeiras e conquistas, para ser tornarem valores primários e essenciais a qualquer mínima atitude que diga respeito ao bem comum.

E quem de nós não compreender este tempo novo, neste novo tempo não terá lugar... nem preciso citar exemplos, de tão cristalina que nos parece essa verdade.

Trago esta reflexão para dizer, neste momento de retomada, que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul está preparada para encarar estes novos desafios.

Esta é uma casa plural, abrigando diversas vertentes de pensamento. É uma casa política, onde pulsa o sentimento da sociedade, onde vicejam os sonhos de vida melhor e de progresso que nos move a todos.

Aprendemos aqui a construir caminhos, extraindo do diálogo e do debate as melhores soluções.

E, no último ano, nos preparamos para viver essa nova realidade. Reestruturamos a nossa gestão, modernizamos práticas e redobramos a nossa capacidade de trabalho.

E o fizemos já com os olhos nos horizontes novos que estão se desenhando.

O desejo de participação da sociedade e a cobrança por soluções nos fizeram alargar a fronteira do entendimento direto com os setores organizados a ponto de triplicarmos o número de audiências públicas.

Para além da atividade parlamentar propriamente dita – esta também superada em muito no ano que passou – estivemos presentes, com participação ativa e direta em busca de soluções.

Destaco a questão indígena e a questão fundiária, o atendimento aos servidores públicos ou a solução de impasses em setores como o da saúde ou dos tributos estaduais, para citar alguns rápidos exemplos.

Na medida em que a crise se agigantou, fizemos a nossa parte e nos preparamos para enfrentar esses desafios.

E não vamos abrir mão de nosso protagonismo nesse processo de enfrentamento da crise.

           

Senhoras deputadas,

Senhores deputados...

A sociedade nos pede respostas. A sociedade nos exige providências. A sociedade nos cobra soluções. Portanto, vamos cumprir nossa missão.

É hora de agir. Como disse no início, diante da crise: É hora de reagir!

E vamos fazê-lo assegurando ao povo de Mato Grosso do Sul uma Assembleia soberana e independente. Altiva diante dos demais poderes, assegurando assim a essencial harmonia e indispensável independência.

Uma Assembleia capaz de continuar mudanças internas na sua gestão em busca de melhor produtividade, traduzida em resultados concretos.

Que faça, por exemplo, mudanças em seu Regimento Interno para assegurar maior eficácia das decisões, sobretudo as que digam respeito ao Orçamento Anual e a outras proposições relevantes ao ordenamento do Estado.

Uma Assembleia que rompa o imobilismo para buscar soluções de problemas candentes como o combate ao uso de drogas.

Essa inquietante chaga social está a nos exigir uma politica estadual ampla que envolva da Segurança à Saúde, passando pela Ação Social e Educação, e que mobilize o Governo, Prefeituras, igrejas, centros espíritas e segmentos da sociedade organizada. Isso é urgente e não admite omissão.

Uma Assembleia que fortaleça em seus debates e nas tomadas de decisão, os municípios, parceiros do Estado na luta pela revisão do pacto federativo, hoje uma ficção inquietante.

Uma Assembleia que se debruce sobre questões como a violência do trânsito, que a tantas famílias alcança com tragédias todos os dias, para apontar práticas e medidas educativas que tragam uma nova realidade.

Uma Assembleia que ultrapasse a discussão do salário justo do professor, sempre abrigada como questão essencial nesta Casa, para buscar metas de melhoria da qualidade do ensino.

Afinal, não se fará um mundo melhor, sem uma educação muito melhor.

E que encontre tempo e esforço para se dedicar, com igual empenho, na busca de soluções para a saúde, privilegiando a prevenção e buscando a dignidade da assistência, elencando parcerias e cobrando resultados cada vez melhores de gestão.

Vale o mesmo para a geração de emprego que só virá com horizontes mais claros na economia e na retomada dos investimentos públicos.

Senhoras e senhores...

Poderia discorrer ainda sobre tantos outros temas urgentes e candentes que haverão de nos mobilizar este ano. Sirvo-me dos que citei, para mostrar a amplitude do desafio que nos envolve.

E devo dizer, em nome dos deputados e das deputadas estaduais, que nada disso nos é desconhecido.

Temos plena consciência de que é esse o nosso dever e sabemos que não haverá, porque não pode haver, condescendência para quem não cumpri-lo.

Se a crise vencer, será implacável com os sonhos e as esperanças de nossa gente. Se não vencermos a crise, implacável será o julgamento de nossa gente acerca de nosso trabalho.

 

Portanto, Senhor Governador...

 

Se, em 2015, diante dos desafios do início de uma nova gestão, a Assembleia Legislativa foi parceira ao compartilhar sacrifícios, vamos continuar abertos ao bom diálogo.

Estaremos agora, mais que nunca, prontos a colaborar na construção do desenvolvimento e na conquista do bem estar de nossa gente, sem abrir mão da altivez, da soberania e do respeito e fazendo valer sempre o pensamento plural desta Casa.

Senhor presidente do Tribunal de Justiça...

Os avanços institucionais, as conquistas que pudemos compartilhar em 2015 resultaram da prática harmoniosa da interdependência, que nos permite acreditar que assim devamos continuar.

Lado a lado, independentes, mas buscando sempre o mesmo horizonte do bem comum.

Não foi diferente, e continuará sendo profícua também as relações desta Casa com o Ministério Público e com a Defensoria Pública, essenciais ao ordenamento institucional e parceiros dos Poderes na construção dos novos tempos a que me referi.

Estaremos juntos, compartilhando esforços e ideais, cada um no seu mister.

E, finalmente, a sociedade civil organizada deve e poderá sempre contar com o apoio do Poder Legislativo como parceiro ativo das nossas forças construtivas.

Federações e Confederações patronais e de trabalhadores, Ordem dos Advogados do Brasil e Conselhos profissionais, Sindicatos e entidades... as portas do Poder Legislativo continuarão abertas.

E, mais do que isso, aqui, as senhoras e os senhores encontrarão sempre deputados e deputadas estaduais prontos a acolhe-los, apoia-los, fortalece-los em suas lutas.

Hoje, mais do que ontem, entendendo o limiar desse novo tempo, estamos determinados a redobrar esforços, ampliar a sensibilidade, diminuir distâncias e encontrar caminhos. Estamos determinados a transformar em conquistas os sonhos de cada um e de todos. Não podemos tudo, mas, unindo forças, podemos muito.

Com trabalho, com muito trabalho, poderemos mais ainda.

Encerro lembrando um trecho da música Sementes do Amanhã, de Erasmo Carlos, que diz: “Fé no homem. Fé na vida. Fé no que virá. Nós podemos muito. Nós podemos mais. Vamos lá, fazer o que será!”

Um ótimo e profícuo 2016 a todos!

Obrigado!

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