CPI quer quebra de sigilo bancário e telefônico do Cimi

Imagem: Cacique Fábio Lemes foi ouvido pelos membros da CPI em sessão secreta
Cacique Fábio Lemes foi ouvido pelos membros da CPI em sessão secreta
24/02/2016 - 17:23 Por: Juliana Turatti    Foto: Wagner Guimarães

Na reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Conselho Missionário Indigenista (Cimi), desta quarta-feira (24/2), por unanimidade os deputados aprovaram o pedido do relator, deputado Paulo Corrêa (PR) pela quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal do Cimi, dos membros da entidade e das pessoas citadas nas denúncias.

O depoente da tarde, Cacique Fábio Lemes, da Aldeia Argola do município de Miranda pediu que seu depoimento fosse secreto, porque declarou estar recebendo ameaças. O deputado Pedro Kemp (PT) votou contra a sessão secreta e os demais deputados foram favoráveis. O público que estava no plenário foi convidado a se retirar para que o cacique pudesse ser ouvido em sigilo.

Ao final dos trabalhos a presidente da Comissão deputada Mara Caseiro (PMB) fez uma avaliação da reunião. “A oitiva de hoje foi secreta não podemos abrir o teor, mas ela vem de encontro a afirmar e entender que realmente o Cimi vem trabalhando no sentido de incitar e de financiar invasão em propriedades particulares. As informações trouxeram mais riqueza de detalhes sobre os conflitos que foram praticamente criados dentro do nosso Estado e que levou a insegurança das pessoas que moram em Mato Grosso do Sul, principalmente no campo”.

A parlamentar ainda afirmou que “nós não podemos ser irresponsáveis de fechar os olhos para o que está ocorrendo dentro de Mato Grosso do Sul. E cada vez eu me sinto convencida de que nós tínhamos como dever ter aberto essa CPI para a apuração e averiguação das denúncias que nos chegaram”.

CPI - O objetivo da Comissão é investigar a suposta incitação por parte do Cimi às ações indígenas. A próxima reunião está prevista para quarta-feira (2/3), a partir das 14h, no Plenário Deputado Júlio Maia da Casa de Leis, a reunião é aberta ao público.  A Comissão é composta ainda pelos deputados Marquinhos Trad (PMDB) e Onevan de Matos (PSDB).

Depoimentos - Além do cacique ouvido hoje, também prestaram depoimentos os jornalistas Lorenzo Carrasco e Nelson Barretto, estudiosos da área, os produtores rurais Vanth Vanni Filho, Mônica Alves Corrêa, José Raul das Neves, Roseli Maria Ruiz da Silva, Jucimara e Ricardo Bacha, os indígenas Dionedson Cândido, Inocêncio Pereira, Cacilda Pereira, Abélcio Fernandes e o professor Alberto França Dias, o ex-assessor jurídico do Cimi, Maucir Pauletti, o delegado Alcídio de Souza Araújo, da Polícia Federal, o procurador da República, Emerson Kalif Siqueira, o desembargador Alcir Gursen de Miranda e o administrador rural, Ramão Aparecido Evangelista dos Santos. E foi realizada a acareação entre o ex-assessor jurídico do Cimi, Maucir Pauletti e o delegado da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, André Matsushita.

* Com informações da assessoria parlamentar

Permitida a reprodução do texto, desde que contenha a assinatura Agência ALEMS.
Crédito obrigatório para as fotografias, no formato Nome do fotógrafo/ALEMS.