Deputados analisam rompimento do PMDB com Governo Federal

Imagem: Saída do PMDB da base de apoio da presidente Dilma Rousseff foi oficializada ontem em Brasília
Saída do PMDB da base de apoio da presidente Dilma Rousseff foi oficializada ontem em Brasília
30/03/2016 - 14:12 Por: Fabiana Silvestre    Foto: Roberto Higa

Os deputados estaduais comentaram, durante a sessão plenária desta quarta-feira (30/3), a conjuntura política nacional e a saída do PMDB da base de apoio da presidente Dilma Rousseff, oficializada ontem em Brasília. Pedro Kemp (PT) lamentou o que considera "oportunismo" e disse que o ex-aliado do Governo Federal deveria ter ajudado o Brasil a sair da crise. "O partido fez o jogo do contrário, porque estava em sete ministérios, mas não contribuiu com o governo", disse.

Pela liderança do PMDB na Casa de Leis, Eduardo Rocha fez um resgate da história do partido e reiterou que o processo de impeachment em curso na Câmara Federal terá assegurado o amplo direito de defesa e que, se nada for comprovado, não haverá o impedimento do mandato de Dilma Rousseff. "O PMDB sozinho não tira a presidente, porque são necessários mais votos [no Congresso Nacional], então não entendo a preocupação do PT", disse. Segundo ele, a decisão de romper com o governo foi tomada pelo Diretório Nacional do PMDB por aclamação e deve ser respeitada em todas as esferas do Poder Público.  

Mara Caseiro (PSDB) criticou as chamadas "pedaladas fiscais" - nome dado à prática do Tesouro Nacional de atrasar de forma proposital o repasse de dinheiro para bancos (públicos e também privados) e autarquias. "A grande mandatária do País deveria dar o exemplo, porque se ela pode, por que todos não podem?" , questionou a deputada, referindo-se a governadores que estão sendo investigados pela mesma prática. Segundo Cabo Almi (PT), as pedaladas estão sendo investigadas somente agora, com a presidente Dilma à frente do governo. "Estamos diante de uma política simplesmente contra o governo, mas quem sabe com a saída do PMDB isso possa ser revertido", analisou.

Beto Pereira (PSDB) lembrou o preceito constitucional de ampla defesa, assegurado pela Constituição Federal, que garantirá oportunidade para a presidente se explicar no Congresso Nacional. "E não se pode responsabilizar somente um partido, porque todo esse processo [de impeachment da presidente Dilma Rousseff] contou com a participação de vários partidos", disse. Pela liderança do PT na Assembleia Legislativa, o deputado Amarildo Cruz afirmou que o partido foi responsável por conquistas históricas a todos os brasileiros, especialmente na área social, e que o PMDB, até ontem, se colocava como parceiro. "Mas agora, acho até que é melhor que o PMDB tenha saído e que possamos recompor o governo e trabalhar pelo desenvolvimento do País", avaliou. 

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