Cronograma de metas é resultado de audiência e será entregue ao novo secretário

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Valorização do Policial Civil: custódia de presos, desvio de função e condições de trabalho foi debate na ALMS
30/03/2016 - 18:40 Por: Juliana Turatti    Foto: Wagner Guimarães

No debate desta tarde (30/3), durante a audiência pública Valorização do Policial Civil: custódia de presos, desvio de função e condições de trabalho os participantes apresentaram propostas para melhorar as condições de trabalho e para a valorização do trabalho desenvolvido pela policia civil em todo o Estado. A proposição do debate foi do presidente da Comissão de Segurança Pública e Defesa Social da Casa de Leis, deputado estadual Pedro Kemp (PT).

De acordo com o propositor do evento será aguardada a posse do novo secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado (Sejusp), José Carlos Barbosinha e será solicitado uma agenda para poder apresentar as propostas em forma de relatório e definir um cronograma de metas para um cumprimento das propostas apresentadas.

“A gente quer agora estabelecer um cronograma, que de fato os policiais civis tenham a perspectiva de solução, pelo menos a médio prazo. Valorização da categoria, qual será a proposta que o governo vai apresentar de reposição salarial,  entre outros assuntos. O cronograma irá facilitar o atendimento das reivindicações, até porque há o compromisso do Governo do Estado, mas se não estabelece metas, prazos, fica tudo em aberto, até para ser acompanhado e podermos cobrar depois nós vamos solicitar esse cronograma”, afirmou Kemp.

O segundo secretário da Casa de Leis, deputado Cabo Almi (PT), destacou que a Polícia Civil enfrenta um momento difícil. “Para se desenvolver um bom trabalho é necessário ter condições. Em termos de governo não vemos nenhum avanço no sentido de melhoria para o trabalho de quem trabalha com a segurança pública, e nem de valorização, no sentido de reajuste salarial. Não falo de uma forma critica, mas o momento exige uma reflexão de acordo com o que estamos vivendo”, alertou o parlamentar.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Simpol-MS), Giancarlo Corrêa destacou a importância da vida. “A vida jamais vai ter preço. O que mais pedimos é valorização e segurança para aquele que protege mais não sabe se vai chegar vivo em casa”.

Durante a audiência também foi apresentado um vídeo pelo Simpol, a investigadora Eloína Raupp que já é aposentada desabafou que não é o policial o responsável por comprar equipamentos como algemas, colete a prova de bala e até combustível para que a viatura funcione. “A função do policial civil é investigar, é isso o que está escrito na lei. A delegacia é o local para investigação, não é local de colocar os presos”, considerou a investigadora.

“Por isso que nos filmes americanos somos chamados de tira, porque tiramos informações, Somos treinados para investigar”, lembrou o Jânio Bosco Gandra, presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores da Polícia Civil. “Delegacia não é cadeia pública. É necessário buscarmos formas para ultrapassarmos a vergonha que se encontra a Policia Civil do nosso Estado e a Defensoria está pronta a ajudar no que for preciso”, reforçou o coordenador do Núcleo de Ações Institucionais e Estratégicas da Defensoria Pública do Estado, Fábio Rogério Rombi da Silva.

A delegada da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de atividades da Policia Judiciária, Sidnéia Tobias comentou que a população desconhece as dificuldades enfrentadas pelo policial civil. “A população não tem noção das dificuldades que o policial passa, ela não conhece todas as dificuldades. A estrutura da polícia está sucateada. Nosso trabalho é muito sério. E como eu já trabalhei em várias frentes eu vejo como que o nosso policial não tem o mínino de segurança para ele mesmo. Não temos uma base sólida, temos uma legislação que está sendo retaliada e nós não temos garantias por intermédio das leis”, avaliou a delegada.

Angela Fernandes que é uma das fundadoras do grupo Mães da Fronteira deu seu depoimento na audiência e disse que realmente não conhecia o trabalho da policia civil até ter o filho assassinado em 30 de agosto de 2012. “Eu vejo no olhar de cada policial civil, coragem, força e um querer fazer. Quando eu fui na delegacia por conta do que aconteceu com meu filho eu vi lá seres humanos querendo resolver uma questão, e realmente era como se fosse o seu próprio filho envolvido”, declarou Angela.

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