Amarildo Cruz quer laboratórios produzindo fosfoetanolamina em MS
A exemplo de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul poderá testar a eficácia da fosfoetanolamina para o tratamento do câncer. A ideia será apresentada ao Governo do Estado pelo deputado estadual Amarildo Cruz (PT). Na sessão desta segunda-feira (10/5), o parlamentar usou a tribuna para repercutir a audiência pública realizada ontem na Assembleia Legislativa, que envolveu pacientes, profissionais da saúde e juristas.
O composto sintético chamado fosfoetanolamina, conhecido como a “pílula contra o câncer”, tem trazido esperança aos pacientes oncológicos. Capaz de gradativamente regredir os efeitos e sintomas da enfermidade, o uso da substância foi autorizado pela Lei 13.269, no dia 13 de abril, pela presidente Dilma Rousseff.
A droga foi desenvolvida no Brasil, nos laboratórios da Universidade de São Paulo, e não há estudos clínicos que atestem a eficácia. Por isso, divide opiniões. De um lado, estão os pacientes e seus familiares, confiantes que a pílula trará cura, e, de outro lado, estão os médicos que não consideram a utilização da substância uma boa alternativa para combater a doença.
“Há mais de 20 anos, a fosfoetanolamina está sendo estudada de forma independente pelo professor doutor Gilberto Orivaldo Chierice. Por qual motivo não houve um momento adequado para se fazer testes em humanos, no sentido de cumprir protocolos exigidos pela Agência de Vigilância Sanitária, e a substância ser colocada à disposição da população? Essa é a indagação que todos fazem”.
Conforme Amarildo, a batalha travada ao longo destes 20 anos é para que a substância chegue aos pacientes de forma gratuita. “São muitos interesses envolvidos. Indústrias farmacêuticas que produzem 300 medicamentos para o câncer. Fábricas de equipamentos para detecção de tumores. Todos os lados devem ser levados em consideração, mas a principal motivação deve ser a preservação da vida”, enfatizou.
O deputado irá apresentar requerimento ao Poder Executivo, solicitando que a Secretaria de Estado de Saúde faça convênios com laboratórios públicos ou particulares para iniciar a produção da fosfoetanolamina em Mato Grosso do Sul. Mara Caseiro (PSDB) também usou a tribuna para falar da importância do assunto. “A Assembleia Legislativa discute o uso da fosfoetanolamina há anos, inclusive, em março conversamos com representantes do governo para que os pesquisadores iniciassem os testes no Estado. Devemos nos unir, pois nada pode sobrepor o direito à vida”, ressaltou.
Crédito obrigatório para as fotografias, no formato Nome do fotógrafo/ALEMS.