Deputados avaliam atuação do governo Michel Temer e ações na cultura

O deputado João Grandão (PT) foi à tribuna da Assembleia Legislativa, durante a sessão plenária desta quarta-feira (1/6), para criticar a atuação do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB). “Agora, parece que o mercado reagiu, que as contratações voltaram, enfim, tudo foi resolvido?”, ironizou. Grandão lembrou as recentes medidas adotadas pelo presidente, há 20 dias no cargo, como a extinção do Ministério da Cultura (Minc). “Dois ministros caíram, ele acabou com ministérios e agora quer terceirizar as atividades fins, como a pesquisa; e isso é muito perigoso para nosso País”, disse. Segundo Grandão, a preocupação é com relação ao sucateamento das instituições públicas.

Para Zé Teixeira (DEM), o governo em exercício está se ambientando e buscando tomar as medidas necessárias para a retomada do crescimento econômico. “Se o Temer vai fazer um bom governo, isso eu não sei, mas certamente não há mais clima político para a volta da presidente Dilma [Dilma Rousseff]”, ponderou. Já Amarildo Cruz (PT), disse que o País é uma “nau sem rumo” e também criticou a extinção do ministério da Cultura. A justificativa foi a redução de ministérios, mas, após protestos dos artistas, Temer recriou o Minc. “Estamos perdidos e não sei para quem melhorou, porque vemos um verdadeiro desmando acontecendo e a própria extinção do ministério sinaliza para o mundo que a cultura não é prioridade aqui”, disse Amarildo.

Pedro Kemp (PT) lembrou que a cultura é patrimônio histórico e imaterial e que os artistas são trabalhadores e precisam sobreviver. “A cultura não é algo menor, algo que, se sobrar dinheiro, a gente faz. Não é um tema de pouca importância, mas a alma de um povo e não podemos considerar isso como insignificante”, disse. Kemp avaliou que o setor passou a ser prioridade no governo do PT e que precisa de “uma política séria, com orçamento, inclusive”. O deputado ressaltou a importância da discussão também nos âmbitos estadual e municipal. Tramita na Assembleia Legislativa projeto de lei que institui o Sistema Estadual de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul e estabelece diretrizes para a Política Estadual de Cultura. “É importante que o Governo do Estado divulgue e libere recursos para os projetos aprovados pelo FIC [Fundo de Investimentos Culturais]”, alertou Kemp.