Saúde da mulher e combate à mortalidade materna foi tema de audiência

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Em 2015 foram sete mortes maternas em Campo Grande
21/06/2016 - 19:29 Por: Juliana Turatti    Foto: Wagner Guimarães

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) em dados divulgados em maio deste ano, mais de 800 mulheres morrem todos os dias devido a complicações na gravidez e no parto. E em outro estudo a agência da Organização das Nações Unidas (ONU), revelou que uma em cada quatro mortes se deve a complicações previamente existentes, como diabetes, HIV, malária ou obesidade, cujos impactos são agravados pela gravidez.

Preocupada com esta questão, a presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, deputada Mara Caseiro (PSDB) propôs o debate na audiência pública Saúde da mulher e combate à mortalidade materna, nesta terça-feira (21/6).

O médico ginecologista e obstetra, Paulo Saburo Ito apresentou dados de que em 2014 em Campo Grande foram três mortes maternas e em 2015 o número aumentou para sete mortes. “O estudo comprovou que todos os óbitos de 2015 poderiam ter sido evitados. É de suma importância planejar a gravidez e fazer os exames preventivos para minimizar a mortalidade materna”, afirmou o médico.

Já o infectologista e especialista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda destacou que o Zika Vírus é a principal preocupação das gestantes por conta da microcefalia. “É importante atenção em relação à doença, e o controle do vetor é necessário, além das medidas individuais de proteção. É necessário o uso do repelente, principalmente no primeiro trimestre da gestação, que foi comprovado que as principais alterações, não somente associadas a microcefalia,  que hoje chamamos de síndrome congênita do zika, são alterações oculares, perda de visão, déficit de atenção que é o que se tem observado nestas crianças. Portanto no primeiro trimestre os cuidados são mais importantes para evitar esse tipo de infecção”, advertiu Julio.

E ainda a presidente da Associação das Terapeutas Florais de Mato Grosso do Sul, Joseanne Roque falou da saúde emocional da mulher. “Falar de emoção é simples, porque a gente sente, só não nos damos conta do que estamos sentindo”, explicou.

Uma síndrome bastante comum em atendimentos da terapia floral, contou Joseanne, é a do “Coração Partido”, doença que tem acometido principalmente as mulheres. “Hoje, as mulheres ultrapassaram os homens e tem infartado mais”, destacou. Isso porque, emoções como luto e a falta da pessoa amada têm afetado mais mulheres, é o que comprovou uma pesquisa feita pela Universidade de Harvard, EUA. Mas, Joseanne revelou que o problema ainda tem um antídoto. “Para não ser pego pela Síndrome do Coração Partido, seja fraterno. Porque no momento em que somos solidários ao próximo, deixamos nossos problemas para trás e eles se tornam pequenos”, receita ela. 

“Todas as parceiras são importantes e necessárias na área da saúde para que possamos combater a mortalidade materna” ressaltou o secretário de Estado de Saúde (SES), Nelson Tavares. E a promotora de Justiça, Filomena Fluminham complementou: “A prevenção é o que precisamos para reverter o quadro com diagnóstico de qualidade e precoce”. Participaram também da audiência os deputados Coronel David (PSC), Junior Mochi (PMDB), Professor Rinaldo(PSDB) e Onevan de Matos (PSDB).

Encaminhamentos - A deputada Mara Caseiro constatou a relevância do debate proposto. “A importância de debater, de ouvir, de trazer algumas ideias, de ver quais são as dificuldades. Também ficou claro a necessidade de se constituir uma rede de atendimento a mulher, que tenha o acolhimento desde que a pessoa chegue para ser atendida até a finalização da necessidade de tratamento”.

A parlamentar registrou também como resultado do debate buscar por mecanismos para a humanização do parto, que irá auxiliar na diminuição da mortalidade materna, e ainda a solicitação de um aporte financeiro ao Governo do Estado e para a Prefeitura Municipal para o que o centro de referencia e diagnóstico de Barretos na capital não seja fechado. “Nosso objetivo é melhorar a qualidade no atendimento às mulheres no item saúde no nosso Estado”, assegurou Mara.

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