Parlamentares avaliam conflitos pela terra em Mato Grosso do Sul

Imagem: Deputados citaram o conflito em Caarapó
Deputados citaram o conflito em Caarapó
14/07/2016 - 12:20 Por: Fernanda Kintschner    Foto: Victor Chileno

Durante sessão desta quinta-feira (14/7) os deputados estaduais discursaram sobre os conflitos pela terra entre indígenas e proprietários rurais em Mato Grosso do Sul. O deputado João Grandão (PT) ocupou a tribuna para relembrar a situação em Caarapó (MS), em que há cerca de um mês o conflito resultou na morte de um indígena, além de diversos feridos.

“O Sindicato dos Proprietários Rurais nega que o tiro veio por parte dos produtores, mas então de quem foi? A situação está complicada e o Estado não pode se omitir. Venho fazer esse apelo para que não ocorra um massacre”, relatou Grandão.

O deputado Pedro Kemp (PT) concordou e pediu investigações. “A situação é tensa e preocupante. Há outros lugares no Estado em iminente conflito, com clima de insegurança e intimidação”, ressaltou. Para Cabo Almi (PT) é preciso ter cautela. “A discussão da questão indígena é muito ampla e temos que ter bom senso sempre”, afirmou.

Direito pela terra

Ainda ocuparam a tribuna para debater os conflitos, os deputado Zé Teixeira (DEM) e Mara Caseiro (PSDB). Para Teixeira, é preciso respeitar o direito a propriedade. “Criou-se uma avalanche de desordem e agressão. Quero dizer aos nossos irmãos indígenas que esse filme eu já vi há 20 anos. Gostaria de dizer que não adianta viver de mentira, junto com organizações que incitam o conflito, mas que não melhoram a qualidade de vida nenhuma aldeia e enquanto isso o setor produtivo paga a conta”, criticou.

Mara Caseiro  questionou a atuação da imprensa sobre a cobertura dos conflitos. Ela leu algumas manchetes e concordou com Zé Teixeira que atuação de organizações não governamentais influenciam a violência. “Vejo muitas matérias citando o Cimi [Conselho Missionário Indigenista – já alvo de CPI] e se ele participa de todas ações de conflito, isso não é crime? É preciso dar condições aos indígenas produzirem em suas próprias terras e não incitar a violência”,  finalizou. 

* Colaborou Fabiana Silvestre

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