Amarildo defende Dilma e diz que Brasil vive “festival de hipocrisia”
“Estamos vivendo um período interessante da história do Brasil, que certamente ficará registrado; um verdadeiro festival de hipocrisia”. Assim o deputado Amarildo Cruz, líder do PT na Assembleia Legislativa, definiu o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Conduzido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, o julgamento dela prossegue em Brasília.
“Muitos apoiaram o impeachment porque julgavam fazer a coisa certa, acreditavam que estavam apoiando reformas estruturais, que não aconteceram, e vemos agora no Senado pessoas que se julgam eivadas de moral e competência para julgar a presidenta, democraticamente eleita por mais de 54 milhões de votos”, afirmou Amarildo, na tribuna da Casa de Leis.
Ele alertou para os precedentes, caso se confirme a cassação do mandato de Dilma, e elogiou a postura dela durante sabatina na última segunda-feira (29/8) no Senado Federal. “O que a Dilma fez ontem foi de uma dignidade para poucos no meio político; encarou seus algozes”, disse. O deputado ressaltou o histórico de lutas da presidente afastada.
Para João Grandão (PT), o partido fez o possível para implantar mudanças estruturais ao longo dos mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma. “Mas não havia condições de reverter mais de 500 anos em 13”, afirmou. Segundo o deputado, o País ainda colhe resquícios do passado histórico, mas precisa sedimentar as bases de um futuro melhor aos brasileiros. “É inegável que, especialmente os mais pobres, hoje podem estudar, têm moradia digna, têm melhor condição de vida, mas agora projetamos politicamente o país; é um momento importante de reflexão, até porque a presidente foi eleita legitimamente”, analisou. Na política externa, o PT também fez o Brasil avançar, na avaliação de Grandão.
Ao concluir os argumentos em defesa de Dilma, nesta terça-feira, o advogado dela, José Eduardo Cardozo, fez apelo aos senadores para aceitarem a proposta de convocação de plebiscito. "Se está se julgando o conjunto da obra, o povo é que deve decidir", alegou. Ele afirmou que a condenação da presidente afastada seria "uma pena de morte política" e "uma execração".
* Com informações do Senado Federal.
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