Deputados comentam sobre ocupações em escolas contra PEC dos gastos públicos

Estudantes já ocupam quase 1.500 escolas e universidades por todo o País contra a reforma do Ensino Médio e em oposição a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55/16, que estabelece um teto para os gastos públicos. Na sessão desta quinta-feira (3/11), o deputado estadual Pedro Kemp (PT) usou a tribuna e manifestou apoio ao movimento.

“A reação contra as medidas propostas pelo governo Michel Temer deveria ter vindo das centrais sindicais e dos movimentos sociais. No entanto, o protesto partiu dos alunos do Ensino Médio e dos universitários. O recado das manifestações é que as medidas se tratam de um verdadeiro retrocesso para o Brasil”, disse.

Segundo Kemp, a proposta da reforma do Ensino Médio por meio de Medida Provisória representa um desastre, pois não houve uma discussão aprofundada junto com os estudantes, com a sociedade civil e com os especialistas em educação. “Já a PEC 55/16, que agora tramita no Senado Federal, penaliza só os trabalhadores, garante apenas o pagamento dos juros da dívida pública, congela por 20 anos os investimentos na saúde, educação e assistência social, comprometendo a ampliação de políticas públicas nas áreas mais importantes para o desenvolvimento do Brasil”.   

A deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) também usou a tribuna e avaliou com tristeza as invasões das escolas. “O governo Michel Temer quer retomar a ordem do País. As ocupações são para trazer baderna nas escolas e que já levaram a morte de um jovem de 17 anos. Lamento profundamente”, afirmou a parlamentar. 

Para o deputado Amarildo Cruz (PT), a atitude da juventude brasileira deve ser aplaudida pela população. “A juventude mostra sua consciência política. Ao analisarmos as grandes mudanças que ocorreram na história mundial constatamos que se deram com a participação da juventude. Hoje, nessas manifestações, os estudantes demonstram coragem e autoridade de cobrar da classe política para que não sejam comprometidos o presente e o futuro da Nação. Devemos defender uma educação de qualidade e apoiar os nossos estudantes”, registrou. Por fim, Eduardo Rocha (PMDB) avaliou as medidas da União, revelou não ser contra manifestações, somente quando atingem e ferem os direitos coletivos.