Deputados cobram solução para impasse financeiro na Santa Casa

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Picarelli: "Problema na Santa Casa é de gestão"
04/04/2017 - 12:38 Por: Fabiana Silvestre    Foto: Victor Chileno

Os deputados Maurício Picarelli (PSDB), Dr. Paulo Siufi (PMDB) e Onevan de Matos (PSDB) cobraram, durante a sessão ordinária desta terça-feira (4/4), providências do Poder Público para solucionar o impasse financeiro na Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG), a Santa Casa. Picarelli foi à tribuna e questionou o caráter filantrópico do hospital e as constantes crises financeiras. "Afinal, se é filantrópico, o hospital recebe recursos do Município, do Estado e do Governo Federal, mas sempre está com o 'pires na mão', fazendo chantagens e ameaças de fechar as portas; e isso não se faz com a população", afirmou.

Segundo ele, há denúncias de que neurocirurgiões estariam sem receber salários há três meses e outros profissionais seriam "fantasmas", recebendo sem cumprir plantões, entre outras irregularidades. Picarelli lembrou que a Santa Casa está recebendo R$ 2,8 milhões do Governo do Estado e cerca de R$ 2 milhões da Prefeitura todos os meses. "Hoje, mesmo com um total de R$ 136 milhões a mais [em repasses e valores de contratualização], a Santa Casa continua sendo um 'saco sem fundo', mas o que falta mesmo é gestão", analisou.

Presidente da Comissão de Saúde da Casa de Leis, Dr. Paulo Siufi defendeu análise rigorosa das contas do hospital e investigação das denúncias divulgadas na imprensa. "Vamos verificar os números, porque disseram que a contratualização não é feita há quatro anos", informou. Ele garantiu que o grupo de trabalho tomará providências e também acionará o Conselho Regional de Medicina (CRM-MS) para apurar possíveis irregularidades nos plantões médicos.

Para Onevan de Matos, seriam necessários "recursos infinitos" ao hospital, já que os valores recebidos do Sistema Único de Saúde (SUS) são insuficientes para garantir atendimento de qualidade à população. "O SUS repassa um valor de miséria para a Santa Casa, que precisa custear tratamentos de milhares de reais, e quem paga a diferença? Não há reajustes na contratualização, mas tudo aumenta e as demandas também", ponderou.

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