Dia da Vitória na Segunda Guerra é celebrado com homenagens na ALMS

Imagem: Batalhão de Engenharia de Combate de Aquidauana representou o então MT na guerra
Batalhão de Engenharia de Combate de Aquidauana representou o então MT na guerra
04/05/2017 - 22:01 Por: Fabiana Silvestre    Foto: Victor Chileno

"Em 1945, durante o mês de maio, uma terça-feira amanheceu com os gazeteiros anunciando uma boa nova aqui no Brasil, a grande boa nova: Acabou a guerra! Anunciada oficialmente a rendição de todos os exércitos alemães! Confirmada a rendição nas ruínas de Berlim!". A publicação foi manchete dos jornais brasileiros, que anunciaram o Dia da Vitória, 8 de maio, como bem lembrou o historiador Wellington Corlet dos Santos, coronel e vice-presidente da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira - Seção Regional Mato Grosso do Sul (ANVFEB).

"Foi o dia em que a paz venceu a guerra", resumiu, nesta quinta-feira (4/5), durante sessão solene para entrega da Medalha do Mérito da Força Expedicionária, instituída pela Resolução n° 10/5. Segundo Santos, a celebração anual marca a homenagem ao passado, o culto da paz, liberdade, igualdade, fraternidade e cultura, aliada ao compromisso com as futuras gerações do país.

"A nossa situação atual exige uma imediata e obstinada restauração da credibilidade das instituições da nação, um renascimento dos bons costumes e valores, para que estes possam ser transmitidos de uma geração para outra", analisou o historiador, ressaltando o exemplo de conduta cívica dos chamados pracinhas - termo que surgiu a partir da expressão “sentar praça”, que significa se alistar nas Forças Armadas. 

Entre eles, Agostinho Gonçalves da Mota, hoje com 92 anos. "Várias pessoas me aconselharam a desertar, mas eu sabia que estava preparado espiritualmente e prefiro guardar os aprendizados dos tempos da Guerra", disse o ex-combatente, que hoje preside a ANVFEB/MS. Ele participou da entrega da medalha a personalidades com reconhecida atuação na divulgação e preservação dos ideais da FEB: "Defesa da democracia, das liberdades fundamentais e do espírito fraternal de solidariedade humana". 

"É um momento ímpar em nossas vidas entregar a medalha da FEB a pessoas que contribuem para preservar a história e os valores da Força Expedicionária Brasileira e também precisamos sempre honrar os nossos pracinhas", afirmou o deputado Lidio Lopes, proponente da sessão solene, que já foi agraciado com a honraria. Para a professora Elaine Cler Alexandre dos Santos, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), a celebração também teve significado especial. "Este é um momento inspirador, em que lembramos de homens que arregaçaram suas mangas e dedicaram seus esforços, sendo protagonistas de uma luta por nobres ideais", afirmou.

Além dela, foram homenageados: Adriane Barbosa Nogueira Lopes, vice-prefeita de Campo Grande; os historiadores Carmen Lúcia Rigoni, Dilercy Aragão Adler, José Lourenço Parreira, Maria Tereza Garritano Dourado, coronel Nylson Reis Boiteux, Wallas da Silva Freitas, o tenente-coronel Fábio Batista Bogoni; a professora Fátima Regina Alves Correia; Lígia Fabiana Sabka, gerente da TV Assembleia/ALMS; Marcos Evangelista de Santana, veterano da FEB; professora Marilena Dias Barreto dos Reis, da Associação Estadual dos Rondonistas MS; coronel Aluizio Pires Ribeiro Filho, comandante do Colégio Militar de Campo Grande; professora Ynes Silva Felix (UFMS); professor José Paulo Gutierrez (UFMS/IDHMS); Hélio de Souza Filho (Comando Militar do Oeste); Adriana Marcela Lobato Rocha (HMACG); e as cerimonialistas da ALMS Cláudia Mendes e 

História

A Força Expedicionária Brasileira (FEB) foi criada em 1943, com 25.334 brasileiros, de diversas regiões do Brasil, de ambos os sexos, que foram enviados à Itália entre os anos de 1944 e 1945 para lutar juntamente com os países aliados. O então Mato Grosso enviou 679 militares à área de conflito, entre eles os que integravam a Guarda-Bandeira do 9º Batalhão de Engenharia de Combate de Aquidauana. Perderam a vida em combate 450 praças, 13 oficiais e 8 pilotos. Outros 12 mil ficaram feridos. No total, cerca de 47 milhões de pessoas morreram durante a Segunda Guerra Mundial. Os soviéticos foram os que mais tiveram baixas durante o conflito, com cerca de 26 milhões de mortos. Foi a guerra que mais fez vítimas em toda história da humanidade.

* Com informações da FEB. 

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