Modelo de cobrança de água em aldeia indígena é tema de reunião na ALMS

Imagem: Comissão discute a alternativa proposta pela Águas Guariroba para fornecer água para a Aldeia Água Bonita
Comissão discute a alternativa proposta pela Águas Guariroba para fornecer água para a Aldeia Água Bonita
03/07/2017 - 18:46 Por: Christiane Mesquita    Foto: Wagner Guimarães

A Comissão de Desenvolvimento Agrário, Assuntos Indígenas e Quilombolas realizou nesta tarde (3/7) reunião para discutir a regularização do fornecimento de água para a Aldeia Água Bonita. Foi discutido o modelo de cobrança que a concessionária Águas Guariroba pretende colocar em prática na aldeia, que fica próxima ao bairro Tarsila do Amaral, na região norte de Campo Grande. 

A proposição do evento é do deputado João Grandão (PT), membro do grupo de trabalho. Ele explicou os encaminhamentos da discussão entre os participantes do encontro. “Foi uma reunião extremamente esclarecedora por parte da Águas Guariroba. Deliberamos que na quarta-feira, às 19h, estaremos lá na aldeia para que a comunidade possa definir junto. Faremos um convite para que o máximo de pessoas esteja nessa reunião. Estamos muito próximos de resolver um problema que vai promover saúde e garantir cidadania à comunidade indígena com a distribuição de água tratada”, esclareceu. 

O coordenador de projetos sociais da Água Guariroba, William Carvalho, enumerou os pontos da proposta da concessionária aos indígenas. “A comunidade usa hoje água clandestina, sem a rede apropriada, utilizando mangueiras que possibilitam a entrada de terras e contaminação. A nossa proposta é assumir um poço que está desativado e fazer uma extensão de rede para que a água chegue adequadamente a cada residência, nas duas aldeias, tanto na principal, quanto no assentamento um pouco abaixo, fazendo toda a rede de água com cavaletes, por uma tarifa de R$18 reais para um consumo até 20 mil litros por cada residência”.

Sander Barbosa, representante da Aldeia Água Bonita II (assentamento) relatou a satisfação que os moradores terão com o fornecimento de água tratada. “É uma proposta muito boa, viável, que atende a demanda da comunidade, tendo em vista que grande parte está numa condição precária. Essa proposta agrega e traz alegria para a sociedade indígena em Campo Grande. No assentamento temos 138 famílias e mais 60 no Água Bonita I. Hoje ainda vivemos numa situação complicada, com mangueiras furadas, o que as vezes ocasiona falta de água”, ressaltou o indígena. 

O morador da Aldeia Água Bonita I, Elcio Terena, comentou sobre a situação das famílias que lá vivem. “Estamos há 16 anos no local, e por ser uma área colada ao perímetro de Campo Grande, há muitos problemas sociais. A gente tem agora essa garantia. A parceria com a Águas Guariroba nos traz bastante felicidade, pois vai atender uma demanda nossa. A água é uma necessidade de todos e a gente fica bastante feliz”, registrou o indígena. 

Além da presença das lideranças indígenas da Aldeia Água Bonita I e II, participaram da reunião o técnico administrativo Marcel Nakasato Okumoto, representado o Ministério Público da União (MPU), a indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai), Rebecca Dayanna Amarilha Albino, Sinara Minetto, do Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul (DSEI-MS), a defensora pública Jane Inês Dietrich e a presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Mato Grosso do Sul (Consea/MS), Vânia Almeida.

Também participam da Comissão de Desenvolvimento Agrário, Assuntos Indígenas e Quilombolas os deputados Eduardo Rocha (PMDB), presidente, Mara Caseiro (PSDB), vice-presidente, Grazielle Machado (PR) e Renato Câmara (PMDB). 

Permitida a reprodução do texto, desde que contenha a assinatura Agência ALEMS.
Crédito obrigatório para as fotografias, no formato Nome do fotógrafo/ALEMS.