Só o macro zoneamento pode corrigir distorções econômicas de MS, diz Felipe Orro

Imagem: Deputado concedendo entrevista à  Rádio Pantanal FM.
Deputado concedendo entrevista à Rádio Pantanal FM.
19/02/2011 - 15:42 Por: João Prestes    Foto: Marcos Quinhonez

Só o macro zoneamento econômico pode acabar com as ilhas de desenvolvimento e levar riqueza por igual para todo Mato Grosso do Sul, disse hoje, em entrevista à rádio Pantanal FM de Aquidauana, o deputado estadual Felipe Orro (PDT). “Chegamos a conversar com alguns empresários que tinham a intenção de se instalar aqui (em Aquidauana), mas quando avaliaram as condições de logística, e perceberam que não havia diferença nos incentivos fiscais, ficaram em Três Lagoas”, disse o parlamentar, que na entrevista estava acompanhado do empresário Zelito Ribeiro.

Felipe Orro entende que se não houver uma intervenção urgente do governo, o desequilíbrio econômico das diferentes regiões do Estado pode gerar problemas crônicos. Ele cita como exemplo o que ocorre em Aquidauana, onde há um campus da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems). “As pessoas vêm pra cá, ou mesmo os jovens filhos daqui, estudam, se formam, e depois vão para Campo Grande, Três Lagoas, pra trabalhar, pra exercer a profissão.”

O zoneamento econômico e ecológico faz um diagnóstico das potencialidades e particularidades de cada região e estabelece que tipo de atividade pode ser desenvolvida sem causar impacto considerável ao meio ambiente. O deputado Felipe Orro defende que ao definir as atividades econômicas de cada região, o governo do Estado adote incentivos fiscais diferenciados para estimular as empresas a se estabelecer naqueles municípios mais distantes dos grandes mercados consumidores, menos favorecidos pela logística e onde haja restrição ambiental.

É o caso de Aquidauana e de Anastácio, além de diversas outras cidades da bacia do rio Paraguai, que não podem sediar, por exemplo, usinas de cana de açúcar nem outras atividades com potencial poluidor elevado. “Entendo que o governo deve oferecer incentivos para as empresas que não poluem, mas desde que elas se estabeleçam nos municípios pantaneiros ou peri-pantaneiros. Só assim haverá um mecanismo capaz de estimular o desenvolvimento por igual do Estado.”

Universidade

Outra bandeira defendida por Felipe Orro – e que tem relação com o desenvolvimento econômico – é o fortalecimento da Uems, com ampliação da estrutura física e mais aporte financeiro para expandir o número de cursos e contratar mais professores. “A Uems é, hoje, uma porta pequena onde não cabe todo mundo que precisa. Precisamos criar condições para isso, ampliar o campus aqui de Aquidauana, abrir mais cursos, mais vagas, e levar a universidade para todos os municípios que ainda não possuem. Hoje tem poucas vagas, poucos cursos, temos que fazer mais investimentos para que aqueles que não tenham condições financeiras de custear uma universidade particular, que não tenham como pegar um ônibus e ir todos os dias para as grandes cidades, que também possam estudar e se formar e melhorar de vida. Porque eu não vejo outro meio da pessoa melhorar de vida senão através do estudo.”

Felipe Orro falou ainda sobre o frigorífico de Anastácio, fechado já há um ano. “Esse já é um tema que está na pauta do governo e tenho a esperança de que entre maio e junho, ainda neste primeiro semestre, já seja anunciada uma solução para o problema. É muito importante isso. São mil pais e mães de família que aguardam ansiosos por seus empregos de volta.”

O deputado também frisou que está atendo às demandas da região, castigada pelas freqüentes chuvas que danificou sobretudo a malha viária rural. “Entendo que se tivessem feito um trabalho preventivo, antes das chuvas, a situação não estaria tão calamitosa agora.” Felipe Orro permanece com toda a família em Aquidauana até o domingo; na segunda-feira pela manhã já despacha em seu Gabinete, na Assembleia Legislativa.
As matérias no espaço destinado à Assessoria dos Parlamentares são de inteira responsabilidade dos gabinetes dos deputados.