Felipe Orro pede volta imediata do Segurança Alimentar Indígena

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22/02/2011 - 12:18 Por: João Prestes    Foto: Giuliano Lopes

O deputado estadual Felipe Orro (PDT) cobrou, hoje (22-02), da tribuna da Assembleia Legislativa, o retorno imediato do Programa Segurança Alimentar Indígena que garantia a distribuição de alimentos para as famílias indígenas de todo o Estado e foi suspenso há seis meses. Felipe Orro apresentou indicação ao governador André Puccinelli e à secretária de Assistência Social e Trabalho, Tânia Garib, alertando para o risco da desnutrição infantil voltar às aldeias caso não se restabeleça com a maior brevidade o repasse das cestas básicas.

“Ontem (21) recebi em meu gabinete uma comissão de lideranças indígenas. Eles mostraram a preocupação com a fome que já se estabelece em algumas localidades indígenas de Aquidauana e Miranda. Há seis meses essas famílias não recebem as cestas básicas. Eu faço um apelo ao governador, à secretária Tânia Garib, para que encontrem uma solução e voltem a atender as aldeias com o Segurança Alimentar”.

Na audiência com Felipe Orro, o presidente do Conselho Tribal da Aldeia Água Branca, Salu José da Silva, disse que a última entrega de cestas aconteceu em outubro, logo após as eleições. Depois disso, só houve mais um repasse, em dezembro, após interferência do Ministério Público Federal, e cessou outra vez.

Os indígenas dizem que procuraram as autoridades responsáveis, mas a explicação de sempre é que não há repasse de recursos do governo federal, e enquanto o convênio não for normalizado, a distribuição de alimentos continua suspensa.

“Nas aldeias não circula dinheiro, são comunidades muito pobres. A agricultura é de subsistência, os indígenas não têm tradição de plantar em grande quantidade. O dinheiro que circula ali é de alguns homens que saem pra trabalhar, dos aposentados, ou das índias que andam pelas ruas vendendo o pouco que produzem. Portanto o Segurança Alimentar é de vital importância para a sobrevivência dessas comunidades”, frisou Felipe Orro.

Os indígenas querem o restabelecimento do programa e o reforço da cesta, com produtos que, segundo eles, foram retirados ou tiveram a quantidade reduzida. É o caso do charque, que antes vinha dois quilos e diminuiu para um; mesmo caso do fubá, já a sardinha em latas e a erva mate não integram mais a cesta e a farinha de trigo, nunca foi repassada. “O governador prometeu reforçar a cesta, ao invés disso cortou o repasse”, lamenta Salu da Silva.
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