Médico da Missão Caiuá confirma que atendimento nas aldeias é precário

17/03/2005 - 23:17 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<P align=left><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>O segundo depoente da terceira audiência pública que investiga a desnutrição e mortalidade indígena nas aldeias de Dourados, foi Zélik Trajber, médico contratado pela Missão Evangélica Caiuá, em acordo com a Funasa (Fundação Nacional de Saúde). Segundo o presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da desnutrição, deputado estadual Maurício Picarelli (PTB), as declarações feitas por Zélik deram suporte às investigações de fatos que ainda estavam mal entendidos, mas que puderam ser esclarecidos.</FONT></P><P align=left><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>Segundo o depoente, que atualmente não trabalha no Centrinho, pois exerce suas atividades nas aldeias, a situação da equipe de atendimento é extremamente precária, afinal, com ele só existem dois médicos, cinco enfermeiros e dois dentistas para atender todas as aldeias da região. Apesar de haver vagas disponíveis para os cargos, Zélik explica que não há disposição de profissionais nas áreas, isso em âmbito nacional. "Com certeza trabalhar com os índios não tem tantos atrativos quanto trabalhar na cidade", lamentou o médico.</FONT></P><P align=left><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>O atendimento domiciliar tem aumentado a procura pelos postos de saúde, uma vez que, os médicos chegavam a atender cerca de 50 indígenas em um único dia, sobrecarregando os funcionários. Graças a esse tipo de atitude, houve uma melhora na aproximação entre médicos e índios. A resistência que existe até hoje pode ser um dos motivos da falta de conhecimento da equipe a respeito da existência de pessoas doentes. "É necessário ganhar a confiança dos índios; a cultura deles impõe barreiras e muitas famílias fogem com crianças doentes, que depois vem a óbito", explicou Zélik.</FONT></P><P align=left><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>Outro fator que demonstra preocupação por parte do depoente, é a desestruturação de equipes, que trazem conseqüências como a falta de cestas básicas, sopões, doações, entre outras colaborações que eram fornecidas anteriormente.</FONT></P><P align=left><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>Em sua declaração, Trajber deixou claro que, 500 anos de história não serão mudados em um passe de mágica, já que, cada etnia tem sua cultura e cada uma precisa ser tratada de maneira diferente. Não adiantaria levar tratores e ensinar os guaranis-caiuás a plantarem soja, porque eles não aprenderão, eles precisam definir o que é melhor para eles e que caminho os levará a viver em condições humanas.</FONT></P><P align=left><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>Quando questionado a respeito de desvios de verbas, o médico preferiu não afirmar qualquer acusação, porém, confirmou que apenas a parte de recursos humanos é administrada pela Missão, apesar de ter direito a R$ 7 mi, que estariam sendo administrados pela Funasa. </FONT></P>
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