Depoimento à CPI do Índio levanta dúvidas a respeito de superfaturamento por parte do Idaterra

12/05/2005 - 22:15 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<p><font face="Verdana" size="2">O presidente do Idaterra (Instituto de Desenvolvimento Agrário, Assistência Técnica e Extensão Rural), Humberto de Melo Pereira, disse desconhecer o número de hectares das aldeias onde técnicos do Instituto desenvolvem trabalhos para o desenvolvimento das áreas de plantio para abastecer as comunidades indígenas. A afirmação foi feita à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da desnutrição e mortalidade infantil indígena, durante a sétima audiência pública da Comissão, realizada nesta quinta-feira (12), a partir das 15h, no Plenarinho da Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">A informação não agradou o presidente da CPI, deputado estadual Maurício Picarelli (PTB), que não admite o fato do Instituto pagar pelos trabalhos nas aldeias, sem ao menos ter noção da proporção das áreas cultivadas. Em contrapartida, Pereira alegou que os números dos hectares cultivados em cada aldeia do Estado estão sob domínio da Central de Compras do Idaterra, que contrata os técnicos e maquinários para atender a demanda de atividades. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Outro tópico que gerou discussão na audiência refere-se à compra das sementes utilizadas para o plantio. Consta, em relatório recebido pela CPI, que em 2003 foram compradas 84 sacas de amendoim, totalizando R$ 14,5 mil, sendo investidos R$ 172,5 por saca. Já na compra de 637 sacos de feijão foi gerada uma quantia de R$ 73 mil, sendo o valor de R$ 114,60 pagos por saco. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">O convênio foi feito entre o Idaterra a empresa Nicola Vicenzo Di Salvo, localizada em São Carlos (SP), sendo que, ao ser feita uma verificação atual dos valores dos mesmos produtos e quantidades de sacas, a unidade da saca de feijão sairia hoje por R$ 88 e o valor da saca de amendoim estaria gerado em R$ 120. Humberto disse que “é normal que o valor das sacas diminua depois da época da colheita de grãos”.</font></p><p><font face="Verdana" size="2">Picarelli não se deu por satisfeito em relação a explicação do presidente do Idaterra, ainda mais quando ele disse que as sementes compradas estariam inseridas na qualidade de commodity (itens naturais). “Toda semente tem valor agregado e não é produto in natura. A explicação do presidente do Idaterra deixou uma nítida impressão de descompasso entre o valor pago em 2003 e o valor de 2004”, destacou Maurício Picarelli. </font></p><p><font face="Verdana"><font size="2"><strong>Abastecimento </strong>– Outra afirmação do presidente do Idaterra que foi analisada com certa desconfiança pela CPI diz respeito ao combustível gasto com máquinas nas aldeias, uma vez que, segundo Pereira, a locação das máquinas seria feita a preço de mercado e no contrato estaria incluso o gasto com óleo diesel. Picarelli achou estranho o fato de ter sido gasto com óleo diesel uma quantia de R$ 33 mil. </font></font></p><p><font face="Verdana" size="2">“Esse valor a parte é destinado aos gastos com combustível das máquinas existentes na própria aldeia”, destacou o presidente do Idaterra. Em contrapartida, Picarelli argumentou que “ainda temos dúvidas quanto aos contratos do Idaterra utilizando o dinheiro do programa Fome Zero Indígena”. <br/></font></p>
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