Picarelli recebe relatório de Bela Barros e suspende visita da CPI à Amambai

07/06/2005 - 20:44 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<p><font face="Verdana" size="2">Relatório da visita realizada pela deputada Bela Barros (PDT) em aldeia de Amambai no dia 27 de maio fez o presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga as causas e responsáveis pela desnutrição e mortalidade infantil indígena, deputado Maurício Picarelli (PTB), cancelar a ida da Comissão ao município, prevista para acontecer nesta sexta-feira (10). O documento foi recebido por Picarelli na tarde desta terça-feira (7) e, conforme o parlamentar, constam informações de que índios da aldeia Amambai – uma das três que seriam visitadas pela CPI – vivem sem infra-estrutura adequada e não contam com lavoura para produzir. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">“Quero analisar o relatório minuciosamente para poder levar soluções para as aldeias de Amambai. A deputada Bela foi designada para a visita às aldeias localizadas na cidade e trouxe informações negativas quanto a situação que se encontram os índios que moram ali. Não adiantaria eu estar visitando as aldeias neste momento; iria constatar os mesmos problemas. Precisamos trabalhar nas soluções”, enfatiza. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Bela Barros é relatora da CPI e esteve visitando as aldeias Amambai e Rancho do Jacaré, esta última situada em Laguna Carapã. Na primeira, foram ouvidas várias lideranças, dentre elas o professor de educação física Ismael Morel. Ele mora na aldeia e reclamou da falta de ações mais incisivas da Funai (Fundação Nacional do Índio), citando a existência de conflitos internos entre lideranças, alertando para a possibilidade concreta de invasão de terras por parte dos índios contra propriedades circunvizinhas. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Para a agente de saúde da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), Lurdelice Moreira, seria necessária uma ação no sentido de ampliar o número de cestas básicas distribuídas na reserva. Ela relatou que os casos de alcoolismo são tão graves que muitas famílias ficam sem cesta básica porque um de seus integrantes permuta a comida por bebida. Na aldeia Amambai, por exemplo, um litro de pinga sai em torno de R$ 10, sendo que uma porção de cigarros de maconha também é comercializada pelo mesmo valor. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Em relação a agricultura, Ismael Morel confidenciou que não houve aplicação ou incorporação de calcário, enquanto o óleo diesel é distribuído preferencialmente aos amigos. As sementes, segundo alega o professor, não possuem capacidade germinativa e chegam completamente fora da época de plantio, sendo flagrante a falta de apoio de órgãos de governo como o Idaterra (Instituto de Desenvolvimento Agrário, Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural). </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Falta de equipamentos para atendimento à gestantes no Posto de Saúde da aldeia, de um espaço físico para atendimento digno à mulher, de um local apropriado e coberto para abrigar índios que vem de longe, ausência de médicos e enfermeiros, falta de uma ambulância exclusiva para atender a aldeia e também de atendimento oftalmológico, uma vez que, os casos de cegueira são vastos. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Isto, porque, de acordo com depoimento prestado à CPI pelo coordenador regional da Funai em Amambai, Willian Rodrigues, no dia 7 de abril, este teria dito que o órgão recebeu em 2004 cerca de R$ 1,4 milhões para desenvolver seus trabalhos no município, contudo, ao ser indagado por Picarelli quando à verba destina em 2005, o coordenador não soube dizer a quantia. Mas ao relatar as dívidas, Willian disse que ao tomar posse como coordenar a devassa era de R$ 80 mil e, apesar desta não ter sido liquidada, a administração não precisou contrair mais dívidas. <br/></font></p>
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