Depoimentos confusos contornam 9ª audiência da CPI do Índio

16/06/2005 - 22:50 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<p><font face="Verdana" size="2">O técnico em agropecuária do Idaterra (Instituto de Desenvolvimento Agrário, Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) nas aldeias de Dourados, João Aparecido Simão, despertou atenção da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da desnutrição e mortalidade infantil indígena, em depoimento prestado na nona audiência pública realizada pela Comissão nesta quinta-feira (16), no Plenarinho da Casa. Ele não soube explicar ao certo o convênio assinado entre o Idaterra e a empresa prestadora de serviços nas aldeias douradenses, quando um dia após a assinatura do documento, foi enviada uma nota fiscal com valores referentes a 1.397 horas/hectare.</font></p><p><font face="Verdana" size="2">O presidente da CPI, deputado estadual Maurício Picarelli (PTB), tem em mãos um relatório sobre este contrato, cujo pregão saiu no dia 17 de novembro de 2003 e que foi fechado no dia 4 de dezembro do referente ano. Eram quatro tratores disponibilizados para arar as aldeias, sendo a primeira nota de valores entregue ao Idaterra no dia 5. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">“Acho estranho o contrato ser fechado num dia e a cobrança vir no outro, ainda mais com uma quantidade de horas impossível de se trabalhar em apenas 24 horas. De acordo com meus cálculos, e levando em conta que os serviços foram executados até o dia 1º de março de 2004, quando foi emitida a última nota, trabalhando 12 horas por dia num período de 84 dias, os quatro tratores fariam um trabalho de 3.360 horas/hectare. Foi pago no fim das contas um valor referente a 6.332 horas/hectare. Um absurdo”, rebateu Picarelli. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">A desestrutura nos depoimentos do engenheiro agrônomo Zeferino Braz, responsável pelo escritório do Idaterra na aldeia Taquiri, situada na cidade de Coronel Sapucaia, e do coordenador-técnico regional na aldeia Lima Campo em Ponta Porã, Paulo Roberto da Silva, evidenciaram a falta de conhecimento das áreas situadas nas respectivas aldeias, bem como suspeitas de desatenção aos serviços executados. Braz disse desconhecer a quantidade de hectares trabalhada pela empresa Proex, ao relatar que relatar que vistoriou apenas 274 horas trabalhadas, condizentes há apenas 1.064 hectares. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Quando o assunto em pauta era centrado sobre o conhecimento que os funcionários do Idaterra tinham em relação ao número de hectares trabalhados nas aldeias de sua responsabilidade, todos pareceram estar treinados em responder que não tinham condições de informar. Foi o caso Ramona Teixeira Araújo, técnica na aldeia Amambai no município de Amambai. Ela ressaltou que desde sua entrada na coordenadoria, em fevereiro do ano passado, sempre tratou de seguir à risca o trabalho, responsabilizando-se até por averiguar se os tratores haviam sido desligados corretamente, contudo, não soube especificar minuciosamente o número de hectares trabalhados. Mesma situação se levado em conta o depoimento do coordenador-técnico regional da aldeia Panambi em Douradina, José Alcides. </font></p><p><font face="Verdana" size="2"><strong>Engenheira</strong> – A engenheira sanitarista Andréia Simiolli foi convocada pela CPI a prestar depoimentos sobre as casas que foram construídas para os índios em Dourados e que acabaram caindo dias depois. Segundo o ex-coordenador regional da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) em Mato Grosso do Sul, Gaspar Hickmann, a engenheira seria a chefe das obras das casas em Dourados. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">“Houve engano, sou engenheira sanitarista e consultora da Unesco, sendo que acompanho os convênios Funasa/Prefeitura. Não entendi o motivo de minha convocação. O chefe das obras é um engenheiro chamado Leonardo”, frisou Andréia, recebendo desculpas do presidente da CPI que aproveitou a ocasião para conclamar o então engenheiro para um depoimento.</font></p><p><font face="Verdana" size="2">Dos depoentes convocados pela CPI, não compareceram apenas os funcionários do Idaterra: José Paulino (devido a apresentação de sua licença médica) e Marco Carneiro (que foi exonerado). Contudo, eles ainda deverão ser ouvidos por Picarelli. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Na próxima quinta-feira (23), prestarão depoimento Claudete Del Valle Palhano, proprietária da Proex Administração e Serviços e Flavio Henrique de Mello, dono da empresa Flavio Henrique de Mello ME. As empresas foram contratadas pelo Idaterra para prestar serviços nas aldeias. <br/></font></p>
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