Picarelli critica descaso e indiferença no atendimento dos postos de saúde

28/07/2005 - 18:45 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<p><font face="Verdana" size="2">A municipalização da saúde pública, prevista na Constituição de 1988 e estimulada por normas e portarias nos últimos dez anos, é um fracasso no Brasil e um fiasco em Mato Grosso do Sul. As filas nos postos, a espera por consultas especializadas, a lotação de hospitais e o vaivém de ambulâncias, sempre atribuídas à falta de recursos, são também o efeito de um descaso. Alguns prefeitos não assumem o dever constitucional de gerenciar o setor, 15 anos depois da criação do SUS (Sistema Único de Saúde). </font></p><p><font face="Verdana" size="2">A indiferença com que pacientes são tratados nos postos de saúde é alvo de criticas por parte de toda a comunidade que necessita de consultas e tratamentos nestas unidades públicas. Foi o que aconteceu com o ajudante de obras Benedito de Oliveira, de 58 anos, que, pelo fato de ter se engasgado com um pedaço de carne e ter precisado de socorro por parte da equipe médica do Posto de Saúde da Vila Almeida, acabou não sendo atendido e veio a morrer em frente a uma residência situada a 50 metros do Posto. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">O descaso com Benedito indignou a população local que procurou o deputado estadual Maurício Picarelli (PTB) para protestar contra a falta de humanidade da equipe do Posto de Saúde. Os moradores disseram que Benedito estava trabalhando no bairro e foi convidado por uma moradora para almoçar em sua casa. De repente ele acabou se engasgando com a carne e a população correu até o posto para pedir ajuda e solicitar uma maca com o intuito de colocar Benedito em cima e levá-lo até o centro de saúde. Diante da recusa dos enfermeiros em ceder a maca, os populares pegaram uma cadeira sem autorização e foram até onde Benedito estava desmaiado. Após colocarem-no em cima da cadeira e levá-lo até o posto de saúde, a comunidade solicitou uma ambulância para levá-lo até um pronto-socorro. Novamente o pedido foi recusado e Oliveira acabou morrendo. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">A diretora do posto de saúde da Vila Almeida disse que todos os procedimentos foram tomados. Contudo, nenhum médico tem permissão para atender qualquer paciente fora do local. De acordo com a diretora, Benedito chegou sem vida ao posto de saúde. </font></p><p><font face="Verdana" size="2"><strong>Burocracia</strong> – Segundo Picarelli, “a burocracia e a determinação valem muito mais do que a vida de um cidadão. Quer dizer que se uma pessoa passa mal em frente a um posto de saúde, os médicos e enfermeiros não poderão atendê-la só porque se restringem às paredes do posto?”. “É lógico que neste caso, a vítima chegou morta ao posto. Foi a falta de humanidade, de respeito e de consciência que permitiu essa atrocidade”, protesta o parlamentar. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">“Pela Justiça e pelo direito, a população não pode sofrer este tipo de constrangimento. Qualquer cristão ou pessoa de bom senso passa por cima de ordem e de burocracia. O cara corre ali para socorrer. Pede demissão e socorre uma vida. Não é papel. O que vale é o coração e o sentimento e até mesmo o juramente que estes profissionais fazem na formatura”, atenta o deputado para a omissão de socorro. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Rejeitada pelos municípios, a saúde pública é gerida pela União ou pelos Estados. O fracasso da municipalização é mais do que uma afronta à Constituição de 1988, que atribuiu aos municípios os cuidados com a saúde. É um desleixo com a filosofia que sustenta o SUS, criado em 1990 - a descentralização de políticas e o aumento do poder dos municípios para definir, com as comunidades, as prioridades na aplicação de recursos. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">O prefeito campo-grandense Nelsinho Trad (PMDB) disse que irá verificar essas responsabilidades.<br/></font></p>
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