Tráfico de mulheres cresce no Estado e constitui violação aos direitos humanos

31/01/2006 - 19:45 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<p><font face="Verdana" size="2">O tráfico de mulheres no Brasil é uma forma moderna de escravatura. Embora o principal objetivo deste comércio seja a exploração sexual, serve ainda como fonte de trabalho ilegal, representando uma forma agravada de violência que é incompatível com o princípio da igualdade entre sexos. As mulheres atingidas pela pobreza são particularmente vulneráveis aos traficantes, que têm como motivação o lucro e, em muitos casos, estão envolvidos no crime organizado. O tráfico de seres humanos é uma forma grave de crime organizado e constitui uma séria violação aos direitos humanos. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">No cenário campo-grandense o desemprego é a principal causa para o ingresso de mulheres e adolescentes no mundo da prostituição. Na maioria das vezes, aliciadas por homens, muitas acabam acreditando em promessas de grandes salários e uma estabilidade financeira segura; embarcam na “viagem”. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Foi assim que aconteceu com Renata (*), de 27 anos, prostituta há sete meses em Campo Grande. Ela diz que se mudou para a Capital no ano passado e que devido a procura intensa por trabalho não ter surtido efeito, aceitou a proposta de um homem que a levou trabalhar numa casa de prostituição. “No primeiro dia tirei o dinheiro para pagar o aluguel, a água e a luz. Não essa vida, mas foi minha única alternativa”. </font></p><p><font face="Verdana" size="2"><strong>Estrangeiro </strong>– O deputado estadual Maurício Picarelli (PTB), preocupado com o avanço da prostituição no Mato Grosso do Sul, acredita na possibilidade de um trabalho que não envolva sexo e cita casos em que mulheres são aliciadas para trabalhar como modelos em outros países, acabando por tornarem-se escravas sexuais. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Recentemente o parlamentar foi procurado por duas mães desesperadas com o desaparecimento de suas filhas. Elas disseram que suas filhas foram morar na Inglaterra e nunca mais voltaram para o Brasil. “É inadmissível aceitar casos como esses. No mínimo elas foram aliciadas e chegando lá os funcionários da imigração aceitaram propina para liberarem a entrada delas no país. Certamente devem estar vivendo como escravas, estão endividadas pagando as passagens e o que é pior, não tendo como fugir”, protesta Picarelli. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Um fato que chama a atenção do deputado está relacionado às denúncias de aliciamento de menores em frente às escolas da Capital. “Esses criminosos têm distribuído bilhetes para as garotas com recrutamento para a Alemanha para fazer parte de uma torcida organizada na Copa do Mundo. Essas meninas certamente serão escravas sexuais naquela país. É preciso que os pais atentem para isso”. </font></p><p><font face="Verdana" size="2"><strong>Tráfico</strong> – A gerente-executiva do Ibiss (Instituto Brasileiro de Inovação Pró-Sociedade Saudável do Centro-Oeste), Estela Candola, informa que Mato Grosso do Sul tem pelo menos cinco tipos de motivação de tráfico: para fins de manter o comércio sexual (mais comum), para fins de manter um trabalho escravo em regiões de pecuária e agricultura, tráfico para fins de vendas de órgãos, rituais religiosos e turismo sexual. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">“É importante dizer que os aliciadores não são pessoas desconhecidas. São homens e mulheres que conhecem a pessoa que será traficada. As jovens são as principais aliciadas e chegam até a doar órgãos como rins em troca de promessas inválidas. Mas cabe ressaltar que o aliciamento acontece em decorrência da vulnerabilidade das pessoas, até porque existem poucos questionamentos e debates sobre isso. Talvez na casa do nosso vizinho pode estar acontecendo um caso desses e a gente nem sabe”, opina Estela. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">A exploração sexual vem aumentando de uma forma bastante assustadora, perdendo apenas para o tráfico de drogas e para o tráfico de armas, os dois líderes de um vergonhoso ranking de criminalidade que envergonha o Brasil e que suja ainda mais o nome do país lá fora. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">O faturamento do mercado internacional do sexo alcança cifras de pelo menos R$ 7 bilhões de dólares anuais, devido ao aliciamento de pelo menos dois milhões de mulheres no mundo todo. Só o Brasil enviou pelo menos 75 mil mulheres para o mercado do sexo europeu. A imagem do Brasil lá fora não está mais atrelada unicamente ao futebol, ao samba e as belezas naturais, mas também como a de um dos maiores exportadores de mulheres para saciar os desejos de americanos, japoneses e europeus. </font></p><p><font face="Verdana" size="2"><strong>(*) </strong>a entrevistada preferiu manter a identidade em sigilo<br/></font></p>
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