Iagro se manifesta sobre infestação de moscas de estábulo em Angélica

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17/12/2009 - 16:34 Por: João Humberto    Foto: Giuliano Lopes

A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) encaminhou resposta ao ofício do deputado Maurício Picarelli (PMDB), que solicitou uma posição do órgão no sentido de apresentar mecanismos que combatam uma infestação de moscas de estábulos no município de Angélica.

Conforme a agência, duas reuniões técnicas foram realizadas em Angélica, com a participação da prefeitura, Iagro, Sindicato Rural, Usina Adecoagro e o Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Na pauta foram debatidas ações e propostas para amenizar a infestação.

Proprietários de fazendas localizadas na cidade procuraram Picarelli para reclamar do surto dos mosquitos e alegaram que eles se reproduzem através do vinhoto da Usina Angélica Agro-Energia. Segundo eles, os insetos têm causado prejuízo a suas propriedades.

Maria Cristina Galvão Rosa Carrijo, diretora presidente da Iagro, explicou via ofício, que no dia 5 de agosto deste ano, pesquisadores da Embrapa visitaram Angélica e elaboraram um relatório que aborda diversos pontos sobre essa espécie de mosca: ciclo de reprodução, hábitos, ausência de pesquisa específica, manejo da compostagem e vinhaça na usina.

As reuniões técnicas realizadas em Angélica serviram de base para um encontro ocorrido na Embrapa Gado de Corte, no dia 11 de novembro, com a participação de diversos órgãos agropecuários.

Dos debates surgiram propostas e recomendações, como: formação de um grupo de trabalho, sob a coordenação da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), para a realização de palestras e elaboração de uma cartilha que informassem os produtores sobre os principais pontos de biologia do inseto e meios de controle; não aplicação de inseticidas no criadouro do inseto e diretamente nos animais, já que há ineficiência no controle.

Os pesquisadores também chegaram à conclusão de que o surto é esporádico, favorecido pela mudança ambiental (expansão da lavoura de cana de açúcar, aviários, confinamento) e também pelas condições climáticas.

De acordo com os pesquisadores, a situação de propagação das moscas de estábulo poderia ser contida com a incorporação da palhada ao solo, fracionamento do vinhoto, não distribuição quando o solo ainda estiver encharcado com água da chuva, limpeza dos canais de distribuição do vinhoto e manejo de resíduos em confinamento, aviários e estábulos.

Conforme o deputado, a infestação de moscas tem causado principalmente a morte de animais novos e o gado, em geral, está perdendo peso, as vacas abortando e nem sequer ficando emprenhadas. Os funcionários das fazendas também costumam ser atacados, sendo necessária a ajuda médica para combater as feridas causadas pelos insetos.

A mosca de estábulo é muito parecida com a doméstica, porém possui uma tromba alongada que é utilizada para sugar o sangue de animais, causando-lhes feridas nas orelhas e transmitindo doenças. Foi constatado que vários funcionários da usina e das fazendas foram atacados pelas moscas e apresentaram manchas roxas por vários locais do corpo.
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