<P>O Fórum da Terra organiza para às 8h desta sexta-feira, em Rio Brilhante, um grande ato contra a impunidade. O pedido de instauração de júri popular para julgamento dos acusados do assassinato de Silvio Rodrigues e Ranildo da Silva; líderes do MST, executados em agosto de 2000, é a principal motivação para o encontro, que devido as recentes ocupações assume também um outro caráter. </P><P>A oportunidade servirá também, para que os integrantes dos movimentos sociais ligados à terra se manifestem contra a criminalização da luta pela reforma agrária no Brasil. </P><P>“Os conflitos no campo, que não são de agora, tornam ainda mais urgente a necessidade de uma reforma agrária que não só democratize o acesso à terra, mas que dê condições de produção para quem nela quer trabalhar”, afirma o deputado estadual Pedro Kemp (PT) que deverá acompanhar toda a mobilização. Para ele, esta é a forma mais eficaz de combater a violência no campo. </P><P>Divulgado nesta quarta-feira (27) pelo jornal Folha de S. Paulo, o relatório da CPT (Comissão Pastoral da Terra) revela o retrato da impunidade no campo no Brasil: para 278 assassinatos de sem-terra, trabalhadores e líderes sindicais rurais ocorridos em 214 conflitos no campo, de 1995 a 2002, só seis casos foram a julgamento, provocando cinco condenações. </P><P>É esperada a participação de 250 pessoas, todos membros de entidades integrantes do Fórum da Terra: *MST, MMTR, Cimi, Coams, Renap, CUT, CDDH- Marçal de Souza Tupã I e CPT. O local de concentração será o cemitério de Rio Brilhante, de lá, os manifestantes deverão caminhar até o fórum da cidade onde será entregue um manifesto pedindo a instauração do júri para o julgamento das lideranças assassinadas e contra a morosidade do judiciário.</P><P>___________________________________</P><P>MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra; MMTR, Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais; Cimi, Conselho Indigenista Missionário; Renap, Rede Nacional de Advogados Populares; CUT, Central Única dos Trabalhadores – Departamento de Trabalhadores Rurais; CDDH, Centro de Defesa dos Direitos Humanos - Marçal de Souza Tupã I e CPT, Comissão Pastoral da Terra </P>