<P>Falar sobre a condição dos assentados e pequenos produtores é sinônimo de discutir geração de empregos e revitalização do comércio local, pelo menos para a região de Ponta Porã que conta hoje com uma população rural de mais de 10 mil pessoas. </P><P>Nesta sexta-feira (26) coordenadores de grupos dos cinco assentamentos que circundam a cidade (Boa Vista – 70 famílias; Nova Era, 90 famílias; Dorcelina, 280 famílias; Corona, 58 famílias e o mais conhecido, Itamarati, 1461 famílias) se reúnem para propor parcerias e tornar conhecida o incremento econômico que nova população de pequenos agricultores trouxe para a economia de Ponta Porã, será o I Seminário de Agricultura Familiar, Reforma Agrária e Renda. </P><P>A iniciativa partiu de diversos setores, no Legislativo Estadual do deputado Pedro Kemp (PT), e na Câmara Municipal de Ponta Porã, da vereadora petista Denize Oliveira. “O Município de Ponta Porã não incorporou essa nova matriz econômica. Ao invés de retração pela vinda das famílias houve um aumento de renda e reaquecimento do comércio local por conta dos investimentos governamentais; hoje, até os produtores tradicionais reconhecem que são beneficiados pelas melhorias, entre elas, a da infra-estrutura nas estradas”, afirma a vereadora. </P><P>“A partir da experiência da Itamarati fica evidente o interesse que a população brasileira deve ter pela Reforma Agrária, a concentração de terra é um peso para o Estado. Nesse sentido o Seminário também aponta para os benefícios que as cidades passam a ter com a justiça no campo, quando mais de 2 mil famílias de pequenos produtores, só na região de Ponta Porã, produzem alimentos diminuindo os custos da população urbana”, afirma o deputado Pedro Kemp (PT).</P><P> Agricultures de cooperativas como a Anfi, dos antigos funcionários da Itamarati, e dos Municípios de Aral Moreira também deverão comparecer. O Seminário tem início na manhã do dia (26) no Auditório da Associação Comercial de Ponta Porã. São palestrantes o gerente Nacional do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, (Pronaf), Adorian Sanches; o diretor de Aqüicultura e Pesca para o Centro-Oeste, Davi Lourenço; da Secretaria Especial de Aqüicultura do e Pesca da Presidência da República, Adilson Gonçalves, pela Comissão de Agricultura do Congresso Nacional, deputado João Grandão (PT), e pela Secretaria Estadual de Planejamento e de Ciência e Tecnologia (Seplanct), Paulo Guilherme Cabral. </P><P>Entre os debatedores é consenso que a Reforma Agrária não pode ser tratada como uma questão ideológica e nem os movimentos sociais podem ser criminalizados por reivindicarem o acesso à terra para produzir. “Ela não é o problema do momento mas pode ser a solução”, afirma o deputado Pedro Kemp. </P><P>A reforma agrária é a saída neste momento para a resolução da crise econômica e de agravamento dos indicadores sociais, para a geração de emprego e renda, a produção de alimentos para o mercado interno, a desconcentração da terra ociosa e a diminuição dos focos de tensão entre trabalhadores rurais e proprietários de terra gerados pela morosidade dos processos de assentamento rurais. </P>