<p><font face="Verdana" size="2">O deputado estadual, líder do governo na Assembléia Legislativa, Pedro Kemp (PT), ocupou a tribuna na sessão desta quarta-feira para fazer um alerta. O parlamentar está preocupado com a possibilidade de acirramento dos conflitos indígenas em Mato Grosso do Sul, sobretudo no município de Dourados, onde dois policiais civis foram mortos por índios na região conhecida como Porto Cambira. Os acusados do crime já estão presos, no entanto, há na cidade um clima de revolta contra os índios. Kemp enfatizou que os culpados precisam ser punidos, no entanto, a criminalização de todo povo indígena se torna um perigo, pois poderá gerar mais violência no município.</font></p><p><font face="Verdana" size="2">O pronunciamento de Kemp se dá no mesmo dia em que chegou ao Estado uma comissão de paz enviada pela Funai (Fundação Nacional do Índio), na tentativa de intermediar uma solução em Dourados. O órgão formou um grupo com representantes da Polícia Federal, da Procuradoria Regional da República e da Comissão de Direitos Humanos. Conforme informações da imprensa, no acampamento de Porto Cambira, os enviados da fundação pretendem conversar com as famílias indígenas, que estariam "assustadas" com o clima de tensão ocasionado pelas mortes dos policiais civis e a prisão de acusados - incluindo o cacique Carlito Oliveira, acusado de ser o mandante da emboscada. A missão também deve avaliar de quem é a competência para apurar o caso, se da polícia federal ou estadual. Historicamente, os casos envolvendo indígenas têm sido solucionados pelo o órgão federal. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">O deputado Pedro Kemp lembrou em seu discurso que é preciso uma ação urgente do governo federal para o reconhecimento dos territórios indígenas. " 'É preciso uma saída legal. O Estado brasileiro precisa admitir que errou, que vendeu terras indígenas e precisa indenizar as famílias que tiveram o título das terras", enfatizou. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">O parlamentar demonstrou preocupação também com a situação do povo guarani que está à margem da rodovia em Antonio João. O grupo estava na terra chamada pelos indígenas de Nhanderu Marangatu, que foi homologada pelo governo federal como área indígena, no entanto, decisão da Justiça em dezembro do ano passado ordenou que as famílias se retirassem da propriedade. Pelo menos duas crianças já morreram em conseqüência do estado em que se encontram os indígenas. "Eu recebi um documento dos índios dizendo que eles retornarão para área mesmo que a Justiça não tenha se manifestado", lembrou Kemp. Em fevereiro estava previsto o julgamento pelo STF (Superior Tribunal Federal) do recurso protocolado pelos índios que busca a retomada da área. "Estamos em abril e a Justiça não se manifestou ainda", esclarece o deputado. A preocupação é de que ocorra mais violência envolvendo fazendeiros e indígenas.</font></p>