Kemp condena fusão da secretaria de meio-ambiente em ?superpasta?

27/11/2006 - 16:51 Por: Josy Macedo, da Assessoria de Imprensa Parlamentar

O deputado estadual Pedro Kemp (PT), líder do governo na Assembléia Legislativa, afirmou hoje que pretende questionar a fusão da secretaria de meio ambiente na chamada superpasta, que congregaria, conforme informações preliminares da imprensa, os setores de Planejamento, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Cidades. A proposta deve ser apresentada oficialmente aos parlamentares em reunião amanhã com a presença do governador eleito André Puccinelli. <?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p>
 
No entanto, Kemp adiantou que se confirmados os dados já divulgados pelos órgãos de comunicação do Estado, a medida adotada pelo novo governo seria um retrocesso para Mato Grosso do Sul que vem enfrentado nos últimos anos problemas ambientais sérios como desmatamento ilegal, principalmente do cerrado, as queimadas, assoreamento de rios, a pesca predatória, além de outras dificuldades que estão por vir com a possibilidade de crescimento da instalação de usinas de álcool e de industrias de grande porte, entre elas a International Paper, e a expansão da cultura da cana-de-açúcar. Atividades econômicas estas que requerem maior atenção do governo por conta dos impactos ambientais. ?Em função da importância da questão ambiental no Estado que, inclusive,  detém dois terços da área do Pantanal, e da magnitude dos problemas que este setor vem enfrentado, é complicado ter a pasta diluída numa super secretaria e ficando o meio-ambiente relegado a um segundo plano?, disse. 
 
Pedro Kemp defendeu a permanência da secretaria, no entanto, entende que a pasta deva ser dotada de maior infra-estrutura a fim de que possa dar conta desses desafios. ?Devíamos ter um orçamento mais compatível com a importância do meio-ambiente para o Estado, só assim teremos recursos humanos qualificados, fiscais e policiais ambientas em condições de coibir abusos e fazer um trabalho preventivo?, destaca. ?Uma secretaria que possa elaborar grandes projetos de desenvolvimento sustentável como, por exemplo, a preservação de recursos hídricos, principalmente a proteção do aqüífero guarani, o seqüestro de carbono, o que resultaria em mais recursos para o Estado, o repovoamento dos rios, além do tratamento adequado dos resíduos sólidos e a recomposição das matas ciliares?, exemplificou Kemp.
 
A preocupação do deputado vai ao encontro de anseios de organismos nacionais e internacionais de preservação do meio ambiente, que vêem na questão ambiental um dos principais desafios dos dias atuais. Exemplo disso são os dados já contabilizados da devastação dos nossos recursos naturais. Conforme a ONG ECOA (Ecologia em Ação), somente no ano passado foram retirados três milhões de metros cúbicos de cerrado para a produção de carvão vegetal. As queimadas são outro problema ambiental sério enfrentado pelas autoridades responsáveis pelo setor. Geralmente praticadas pelo homem, contribuem para a redução da floresta em todo o mundo, além de aumentar a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, agravando o aquecimento do planeta. O fogo afeta diretamente a vegetação, o ar, o solo, a água, a vida silvestre, a saúde pública e a economia. Há uma perda efetiva de macro e micronutrientes em cada queimada que chega a ser superior a 50% para muitos nutrientes. Além de haver um aumento de pragas no meio ambiente, aceleração do processo de erosão, ressecamento do solo entre vários outros fatores. Nesse cenário, Mato Grosso do Sul desponta como terceiro no ranking nacional em número de queimadas, conforme informações da SEMA (Secretaria Estadual de Meio Ambiente).
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A questão dos recursos hídricos também é outra preocupação: apenas 2% da água do planeta é doce, sendo que 90% está no subsolo e nos pólos. Cerca de 70% da água consumida mundialmente, incluindo a desviada dos rios e a bombeada do subsolo, são utilizadas para irrigação. Aproximadamente 20% vão para a indústria e 10% para as residências. Atualmente a água já é uma ameaça a paz mundial, pois muitos países da Ásia e do Oriente Médio disputam recursos hídricos. Relatórios da ONU apontam que 1 bilhão de pessoas não tem acesso a água tratada e com isso 4 milhões de crianças morrem devido a doenças como o cólera e a malária. A expectativa é de que nos próximos 25 anos 2,76 bilhões de pessoas sofrerão com a escassez de água. No Brasil, mais precisamente entre os Estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estão 840 mil quilômetros quadrados do Aqüífero Guarani, a maior reserva subterrânea de água doce da América do Sul e uma das maiores do mundo. Para Kemp, é nessa perspectiva que a questão do meio-ambiente em Mato Grosso do Sul tem que ser vista: um dos pontos prioritários para governo do Estado. <o:p></o:p>
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