Defensoria recebe 40 casos por mês de violência psicológica contra mulher só na Capital

14/03/2007 - 15:00 Por: Josy Macedo, da Assessoria de Imprensa do deputado Pedro Kemp (PT)   

<P align=justify><FONT face=Verdana size=2><IMG height=200 hspace=10 src="/Portals/0/Pedro%20Kemp/14-03_interna.jpg" width=187 align=left vspace=2 border=0>Desconsiderados crimes até a sanção da Lei Maria da Penha, os casos de violência psicológica se tornaram uma realidade na Defensoria Pública da Mulher em Mato Grosso do Sul. Desde setembro, quando foi publicada a legislação, todos os meses, somente na Capital, batem às portas do órgão ao menos 40 mulheres vitimizadas por agressões verbais cometidas por seus maridos durante anos. O caso é novo para a Defensora da Mulher, Maria Gisele Scavone de Mello, única responsável em Campo Grande pelas ações contra os homens agressores. No Estado, além da Capital, apenas a cidade de Dourados possui defensoria especializada no atendimento à mulher.&nbsp; </FONT></P>
<P align=justify><FONT face=Verdana size=2>Maria Gisele Mello conta que as mulheres, vítimas deste crime, chegam à defensoria praticamente sob os mesmos efeitos: auto-estima baixa, vulneráveis, inseguras e sentindo-se incapazes de tomar conta de suas próprias vidas e, principalmente, as dos filhos. "A agressão sofrida por essas mulheres chega a ser até mais grave que a violência física. O processo de tratamento é, inclusive, muito mais difícil", afirma. </FONT></P>
<P align=justify><FONT face=Verdana size=2>A defensora revela ainda que quase 100% das mulheres vítimas de violência psicológica, dão continuidade aos processos movidos pela defensoria contra os seus maridos, tendo como resultado o divórcio do casal. Na contra-mão dessa estatística, no entanto, as mulheres levadas ao órgão por conta da agressão física, na maioria das vezes, recuam da decisão antes mesmo da defensora encaminhar representação à Justiça. Conforme Maria Gisele Mello, dos 120 atendimentos apenas 35 casos seguem para as mãos do Juiz da Vara Criminal. "As demais não representam contra seus parceiros, procuram a defensoria apenas para a consulta. Em geral, essas mulheres se reconciliam com seus maridos porque têm medo de perder o filho, têm vergonha ou ainda receio de futuras repressões", comenta. </FONT></P>
<P align=justify><FONT face=Verdana size=2>Ao contrário dos números registrados na DEAM (Delegacia Especializada no Atendimento da Mulher), que apontam queda nos registros de crimes como lesão corporal e ameaça após a publicação da Lei Maria da Penha, a Defensoria Pública da Mulher na Capital vêm diagnosticando um aumento no atendimento. De acordo com a defensora Maria Gisele Mello, a média de ocorrências saltou de 70 a 90 casos/mês para cerca de 120 no mesmo período. "Nosso trabalho aumentou muito, principalmente, por conta da violência psicológica", conta. Com a publicação da Lei Maria da Penha, a violência psicológica se tornou crime e por conta disso a mulher não precisa mais passar por uma delegacia antes de chegar à defensoria pública. </FONT></P>
<P align=justify><FONT face=Verdana size=2>Na próxima sexta-feira, dia 16, às 8h30 a Assembléia Legislativa discute esse assunto na audiência pública que debaterá a aplicação da Lei Maria da Penha. O evento foi proposto pela bancada petista da Casa, composta pelos deputados Pedro Kemp, Paulo Duarte, Amarildo Cruz e Pedro Teruel. <BR></P></FONT>
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