Pedro Kemp cobra da prefeitura posse à professora com deficiência

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02/06/2010 - 14:46 Por: Josy Macedo, assessoria de imprensa dep. Pedro Kemp (PT)    Foto: Giuliano Lopes

Presidente da Frente Parlamentar de Apoio à Pessoa com Deficiência, o deputado estadual Pedro Kemp (PT) cobrou hoje que a prefeitura municipal de Campo Grande dê posse à professora cega Telma Nantes, aprovada no último concurso público realizado pela REME (Rede Municipal de Educação). Decisão da banca examinadora do concurso de provas e títulos da Secretaria Municipal de Educação considerou Telma Nantes, aprovada em primeiro lugar entre os deficientes, inapta para a função.

Após tentar diálogo com a administração municipal, a professora, que também é presidente do ISMAC (Instituto Sul-mato-grossense para cegos Florisvaldo Vargas), ingressou com uma ação na Justiça, garantindo em caráter liminar a posse. A prefeitura já recorreu da decisão.

Em pronunciamento nessa quarta-feira, na tribuna, o deputado Pedro Kemp lembrou que a Constituição Federal garante a reserva de vagas para as pessoas com deficiência. “Ela passou por todas as barreiras para chegar aonde chegou e no momento em que passa em um concurso, não permitem que ela tome posse. Isso é uma afronta a Constituição”, lembrou.

Pedro Kemp comemorou a decisão da Justiça que garantiu em caráter liminar a posse da educadora e lembrou que a professora pode ser aproveitada nos quadros da prefeitura como especialista na área da educação especial. “Faço uma sugestão para a prefeitura. Dê posse à professora Telma, respeite à Constituição e a aproveite nos quadros da prefeitura”, disse.

O parlamentar lamentou as declarações do prefeito Nelsinho Trad (PMDB) que afirmou na manhã de hoje que a educadora não está interessada em tomar posse, mas em receber indenização da prefeitura. “Ela quer trabalhar e receber uma indenização sim, pela humilhação que ela vem passando por lutar pelos seus direitos”, esclareceu

Para a candidata Telma Nantes, a medida é discriminatória e vai na contramão do processo de inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. “Imagine o jovem que nós (ISMAC) estamos incentivando a prestar concursos públicos. Essa decisão é um desestímulo à inclusão, uma falta de respeito com o ser humano”, desabafou. A candidata lembra que esperava ao menos assumir a vaga e ser avaliada desempenhando as funções. “Não me deram a oportunidade de demonstrar que sou capaz de desenvolver o trabalho”, ponderou.

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