Kemp quer garantia de segurança a operários de Marfrig e pede suspensão temporária de atividades

Diante da situação de medo e insegurança instaurada no plantel do frigorífico Marfrig, em Bataguassu, entre os operários após a morte no dia 30 de janeiro de quatro trabalhadores por intoxicação através da reação do gás sulfidrato de sódio - usado para  a limpeza do couro - e os prejuízos à saúde de pelo menos outros 25 trabalhadores,o deputado estadual Pedro Kemp (PT) vai pedir a suspensão temporária das atividades até que haja a garantia de que todas as medidas sejam tomados para a continuidade das atividades no setor do curtume. O parlamentar vai acionar por meio de uma indicação - pedido de providências a órgãos governamentais – ao MPT (Ministério Público do Trabalho), Superintendência Regional do Trabalho e Vigilância Sanitária do Estado.
 
"Estamos solicitando a suspensão das atividades até que as providências para garantir total segurança dos trabalhadores sejam efetivamente adotadas como o uso de equipamentos adequados para manipulação de produtos químicos e tóxicos e ainda, a presença de um profissional da área química para orientar e capacitar os trabalhadores. O que aconteceu nessa indústria foi uma verdadeira tragédia e deixou muita insegurança entre os trabalhadores e suas famílias", diz Kemp.
 
Segundo o parlamentar, há uma preocupação entre os operários sobre como serão as atividades daqui para frente já que há suspeitas de que a indústria não respeitava as normas de segurança previstas pela Lei 6514/77 da Segurança no Trabalho. Na tragédia registrada em Mato Grosso do Sul, morreram Marcos Vinicius de Melo, 20, Edmar Filisbino da Silva, 34, Valdir Henrique Raminudo, 29 e Kal Matheus Luft, 21.
O acidente aconteceu no momento em que o caminhão que transportava 10 mil litros do gás tóxico fazia o abastecimento do tanque subterrâneo no curtume. Houve o vazamento e conforme informações de trabalhadores da área da indústria de alimentação, nesses procedimentos a orientação é de que o local esteja evacuado. O frigorífico informou à imprensa que a legislação não exige presença de um químico no curtume, mas representantes dos profissionais da área apontam a suspeita de irregularidade.
Kemp vai apresentar a indicação na próxima terça-feira (7) durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.  (Jacqueline Lopes)