Vitórias dos trabalhadores acontecem após lutas, afirma Kemp

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Na AL, Pedro Kemp defende direito dos trabalhadores
11/05/2012 - 11:51 Por: Jacqueline Lopes    Foto: Giuliano Lopes

Com a expectativa de os 4,3 mil administrativos da rede estadual de ensino de Mato Grosso do Sul conquistarem o direito de estar dentro do quadro da Educação e com isso, ter a oportunidade de reivindicar melhoria para a carreira ao lado dos professores, o deputado estadual Pedro Kemp (PT) apoiou o protesto pacífico que durou cerca de 40 horas na Assembleia Legislativa, onde os trabalhadores descontentes com a proposta de reajuste salarial feita pelo governo pernoitaram até o dia de ontem (10).

Segundo o parlamentar, as lutas anunciam a chegada da vitória, pois toda conquista é consequência de trabalho árduo e consciência política sobre os direitos dos trabalhadores.

"Quero parabenizar a categoria pela demonstração de organização e espírito de luta. Nós da oposição nos sentimos felizes ao vê-los aqui no Plenário, pois sentimos que não estamos sozinhos. A gente do movimento popular sabe que nenhuma conquista chega sem muita luta, não cai do céu", diz o parlamentar salientando os reflexos para uma educação de qualidade.

A categoria conseguiu trancar a votação "no afogadilho" do projeto de reajuste salarial encaminhado pelo Executivo e também, foi ouvida junto com os servidores da Iagro e Agraer pelo Legislativo. Os deputados propuseram um acordo com o Governo e esperam que até terça-feira (15) seja feito um compromisso com o chefe do Executivo estadual, André Puccinelli. O presidente da FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Magno Botareli Cesar, recebeu o apoio do parlamentar e disse que os servidores agora preparam um documento com base nas reivindicações para que o governador assine e se comprometa em negociar no mês de agosto com os servidores.

Pedro Kemp reforçou a importância dos servidores manterem o foco no objetivo de conseguir fazer parte da categoria dos educadores, pois assim haverá perspectiva real de melhorias salariais e sobretudo, o estabelecimento de uma carreira já que a Educação tem verba carimbada e fica com 25% do orçamento, de acordo com a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Botarelli Cesar enfatizou que o Governo tem honrado os compromissos que assina. Mesmo sem o recuo do Executivo em aumentar o índice dos 9% - aos administrativos da Educação - para 17%, como a categoria reivindicou, há uma chance de melhoria futura. Independente se o governador vai aceitar ou não as condições, na terça-feira (15), quando o projeto entrará em votação, os servidores prometem ampliar em pelo menos cinco vezes o número de trabalhadores na Casa de Leis e trazer ao menos 2 mil pessoas para acompanharem a votação.

Protesto pacífico teve apoio parlamentar

No documento que será proposto ao Governo, segundo o presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos (PMDB), será definida uma data para novas discussões que devem ocorrer entre 17 de agosto e 30 de setembro. “Vamos antecipar o debate para tudo estar equacionado quando o projeto do governador de reajuste salarial aqui chegar”, afirmou o parlamentar.

Kemp ressaltou o papel dos deputados que nos bastidores atuaram para manter a Assembleia em pleno funcionamento com água, luz, café, enfim toda a estrutura aos servidores durante o protesto. Como casa do povo, o clima de apoio tomou conta do local.

Na memória

Alguns servidorem lembraram da década de 80 quando os professores ficaram 6 meses sem salários e em protesto dormiram na Assembleia e passaram quase duas semanas na Governadoria. A FETEMS tem registro fotográfico dos ex-deputados estaduais dando apoio ao protesto contra o Governo Wilson Barbosa Martins (PMDB): Zeca do PT e André Puccinelli.

Hoje, cerca de trinta anos depois, o processo democrático continua em construção. "A grande vitória será conseguir que o Governo assine este documento para negociar uma nova estrutura a vocês", finalizou Kemp.

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