Zé Teixeira defende melhor gestão na saúde em Dourados

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Zé Teixeira e André
05/03/2008 - 15:16 Por: Willams Araújo    Foto: Chico Ribeiro

O deputado estadual Zé Teixeira (DEM) avaliou nesta quarta-feira, após reunião com o governador André Puccinelli (PMDB), que o que tem de mudar é o modo de gerir a saúde pública de Dourados e não culpar o governo do Estado e representantes da região pela crise no setor.

O deputado se referiu ao fato de o prefeito Laerte Tetila (PT) ter culpado o governo pela situação em que se encontra o setor, que culminou, por exemplo, com a redução de procedimentos hospitalares e a suspensão de atendimento por falta de dinheiro.

Zé Teixeira, que representa a região da Grande Dourados por quatro mandatos na Assembléia Legislativa, disse que não se pode transferir essa responsabilidade para o governo, que, segundo ele, tem liberado recursos mensalmente mesmo ciente de que a saúde foi municipalizada.

Na manhã desta quarta-feira, antes de embarcar para a Argentina, o governador André Puccinelli esteve na Assembléia, onde transmitiu o cargo ao vice-governador Murilo Zauith (DEM) e conversou com os deputados sobre o impasse na saúde de Dourados e discutiu a liberação de emendas para investimentos nas bases eleitorais de cada um dos 24 parlamentares.

“O governador me disse que não pode pesar sobre os nossos ombros a responsabilidade disso, de dizer que a culpa da saúde de Dourados é do governo do Estado, até porque ele comprovou através de um demonstrativo que está repassando mais dinheiro do que ficou acordado na época do governador Zeca do PT”, lembrou.

Zé Teixeira atestou que dos R$ 400 mil mensais que o governo passado tinha de repassar à prefeitura, a época, foram liberados apenas R$ 96 mil, o que permitiu o acúmulo de uma dívida calculada em aproximadamente R$ 12 milhões, que a prefeitura de Dourados decidiu cobrar judicialmente do Estado.

“Acho que a saúde de Dourados tem que melhorar é a produtividade, porque está produzindo 11% menos do que o dinheiro recebido pelo hospital de Campo Grande, e produzindo 16% menos que a Santa Casa. Eu avalio que o que precisa ser melhorado em Dourados é a gestão”, acrescentou o deputado.

Apesar disso, Zé Teixeira disse considerar o prefeito um homem sério, porém vê dificuldade em suas decisões, principalmente na área de saúde. “O que ele tem que decidir é o que tipo de saúde que ele quer tocar em Dourados e não atribuir a culpa ao governador e muito menos dizer que Dourados não tem representante”, defendeu-se, ao expor os números fornecidos pelo governador durante a reunião na Assembléia.

O deputado amenizou o fato de o prefeito ter anunciado a suspensão do atendimento nos hospitais de Dourados para os municípios da região devido ao dilema.

“Se a saúde é municipalizada, ele não tem responsabilidade nenhuma com município A, B ou C. Cada município que faça o seu atendimento, eles têm que ir atrás das vagas em centros maiores através da produtividade pelo SUS”, sugeriu. “O prefeito não tem que acuar municípios da grande Dourados dizendo que ele vai deixar de atender, porque ele tem que atender a saúde do município dele acrescentou.

Repasses

De acordo com o comparativo apresentado aos parlamentares, o governo estadual executa mensalmente o repasse de R$ 197.766,00 para ajudar a realizar os procedimentos que pactuou no PPI da Assistência Regionalizada, cuja pagamento não existia em 2006.

Outros R$ 150.000 são destinados ao Hospital Universitário - que está sob gestão municipal -, valor superior ao pagamento das bolsas de alimentos e medicamentos, que correspondiam a R$ 36.079 por mês.

Também, de forma inédita, R$ 150.000,00 estão sendo repassados para ajudar na organização do sistema municipal de saúde que presta atendimento regional de média complexidade.

O Programa Saúde da Família tem garantidos mensalmente R$ 103.614,00 e o Programa de Agentes Comunitários, R$ 25.164, 00. os repasses mensais incluem, ainda, a destinação de R$ 14.489,32 para programa de Farmácia Básica e R$ 28.000,00 para arrendamento do Hospital da Mulher. Esse último também um investimento novo.

Para 2008, está programado também o repasse mensal de R$ 33.250,00 para auxiliar o custeio do Samu e a entrega de três ambulâncias de resgate pré-hospitalar.

Associado aos repasses fixos, o governo do Estado efetuou repasses pontuais à área de saúde em Dourados em 2007, nos valores de R$ 200.000,00 no mês de junho e de R$ 100.000,00 em novembro.

Comparativo

O comparativo entre o Hospital Universitário de Dourados e dois dos principais hospitais de Campo Grande (HU e Santa Casa) mostra que a relação entre o que a unidade de saúde produz e o teto mensal de repasses é menor no hospital douradense.

O HU de Dourados tem percentual de 50% no comparativo entre a produção mensal e o teto financeiro. Na Capital, o HU tem um percentual de 61,56%, e, na Santa Casa, o índice chega a 66, 43%.
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