Deputados debatem sobre cenário da violência e destacam importância da prevenção

Imagem: O Atlas da Violência de 2018 mostrou dados alarmantes no país
O Atlas da Violência de 2018 mostrou dados alarmantes no país
06/06/2018 - 11:34 Por: Heloíse Gimenes e Fernanda Kintschner   Foto: Luciana Nassar

A violência contra as mulheres e o crescimento do número de homicídios foram debatidos na Assembleia Legislativa, durante a sessão desta quarta-feira (06). Na tribuna, o líder do governo, Professor Rinaldo (PSDB), falou da importância de ações de conscientização e proteção. Ele destacou a sanção da Lei 5.202, que institui o Dia e a Semana Estadual de Combate ao Feminicídio.

“Anualmente, no dia 1º de junho, deverão ser realizadas ações de mobilização, palestras, panfletagens, eventos e debates, visando discutir o feminicídio. O objetivo principal da lei é conscientizar a sociedade sobre a violência sofrida pelas mulheres, que muitas das vezes leva à morte violenta. É necessário divulgar os serviços e os mecanismos legais de proteção à mulher em situação de violência e as formas de denúncia”, disse.

Em razão da condição de sexo feminino, a cada ano aumenta os casos de feminicídios. Para Dr. Paulo Siufi (PMDB), a mulher é alvo de uma sociedade machista, portanto, o assunto precisa ser discutido diariamente. “Isso porque os crimes acontecem a cada dez minutos em Mato Grosso do Sul”, enfatizou.

Barbosinha (DEM) apresentou os números do Atlas da Violência de 2018, que leva em consideração a evolução dos dados de 2006 a 2016. “O cenário é estarrecedor. Em 2016, só em Mato Grosso do Sul foram registrados 80 casos de homicídios de mulheres, um crescimento de 37,9% referente ao ano anterior. O que se espera de um país que aumenta a expectativa de vida, mas que o número de assassinatos de jovens também aumenta? Vivemos com números semelhantes a países em guerra”, alertou.

Em discurso na tribuna, Barbosinha ainda destacou que o aumento da violência no país muito se deve ao tráfico de drogas e as fronteiras estarem desguarnecidas. “Há um número ínfimo de policiais federais para dar conta das fronteiras. No Mato Grosso do Sul, que é vizinho de países produtores de drogas, como o Paraguai com a maconha e a Bolívia com a cocaína, somos um corredor, com mais de seis mil presos pelo tráfico. O governador Reinaldo Azambuja [PSDB] pediu ressarcimento da União de mais de R$ 130 milhões de gastos por ano com presos que são de competência federal”, explicou.

Herculano Borges (SD) concordou. “Boa parte dos impostos vai para a União, enquanto os estados e municípios ficam sofrendo sem dinheiro, com essa injustiça, custeando presos de outras localidades”, afirmou. Lidio Lopes (PEN) completou que além de investir em Segurança Pública é preciso fazer um trabalho de base. “Não tem como mudar esse cenário sem investir em Educação, sem dar oportunidade de tratamento aos dependentes, sem tirar as crianças das ruas, com projetos de música, por exemplo, elas até mudam o comportamento em casa. As mortes têm sido a sangue frio, decapitações. Violência desmedida. Falta cidadania”, finalizou.

 

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