Pedro Kemp faz repúdio à desembargadora do RJ e enaltece resposta de professora

Imagem: Moção de Repúdio à Desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
Moção de Repúdio à Desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
21/03/2018 - 20:04 Por: Jacqueline Lopes – Assessoria de Imprensa Pedro Kemp   Foto: Victor Chileno/ALMS

Na tribuna, durante a sessão plenária desta quinta-feira (21), o  deputado estadual Pedro  Kemp (PT-MS) apresenta moção de repúdio à desembargadora do RJ por suas declarações discriminatórias que incitam o ódio e reforçam a violência. Ele ainda citou a carta da professora Débora, que tem Síndrome de Down e deu uma aula de cidadania à desembargadora.

“Fiquei estarrecido quando li e assisti o telejornal sobre as declarações dessa desembargadora que não poderia permanecer nem um minuto mais no cargo de desembargadora no TJ do RJ, um estado tão sofrido, tão prejudicado por conta da violência”.

Assistam o pronunciamento na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=wyO0YExdm_8

Confira na íntegra o documento:

Requeiro à Mesa Diretora, na forma regimental, ouvindo o colendo plenário, que seja encaminhada Moção de Repúdio à Desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por suas declarações discriminatórias, que incitam o ódio e reforçam preconceitos que se traduzem em diversas formas de violência que são registradas com frequência, na sociedade brasileira.

A Moção poderá ser assim redigida.

“A Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul, Casa de Leis e de Cidadania, por proposição do Deputado Estadual Pedro Kemp, em nome de todo o povo sul-mato-grossense, apresenta Moção de Repúdio à Desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por suas declarações discriminatórias, que incitam o ódio e reforçam preconceitos que se traduzem em diversas formas de violência que são registradas com frequência, na sociedade brasileira.  A magistrada, que deveria dar exemplo de senso de justiça e de engajamento num esforço do estabelecimento da harmonia e da paz social no Estado onde atua, acusou em suas redes sociais a vereadora do PSOL Marielle Franco, brutalmente assassinada no ultimo dia 14/03, de estar “engajada com bandidos” e de ter sido “eleita pelo comando vermelho”.

Ao comentar uma outra publicação no Facebook, a desembargadora defendeu “um paredão profilático” para o deputado federal do PSOL Jean Wyllys, afirmando que o parlamentar não valeria “a bala que o mate e o pano que limpe a lambança”.

Em seguida, ainda fez piada de cunho homofóbico, ao comentário de um outro usuário da rede social de que “quanto ao paredão, de costas, ele adoraria”, a Desembargadora Marília afirmou: “Tenho dúvidas… o projétil é fininho”. Como se não bastassem a difamação perpetrada contra a vereadora Marielle Franco e a incitação ao homicídio no caso do deputado federal.

Além das declarações acima, a desembargadora também ofendeu e atacou a dignidade das pessoas com deficiência, ao comentar uma notícia de que o Brasil é o primeiro país a ter uma professora com Síndrome de Down, dizendo: “Poxa, pensei, legal, são os programas de inclusão social… Aí me perguntei: o que será que essa professora ensina a quem? Esperem um momento que fui ali me matar e já volto, tá?”

Por tais declarações nas redes sociais e também noticiadas em vários meios de comunicação do país, este parlamento não pode se calar, especialmente, porque as leis que hoje existem de proteção a dignidade humana emanaram da vontade do povo e se concretizaram nos parlamentos de toda a Nação.

A atitude da magistrada menospreza o papel imprescindível do Poder Judiciário e colabora com o aumento da desconfiança da população da administração da Justiça.

Sala das sessões, 22 de março de 2018”.

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