Kemp aciona Estado e Prefeitura para para São Julião fazer cirurgias do lábio leporino
Autorização do Ministério da Saúde ainda não foi dada e ao menos 250 crianças estão na fila de espera para serem submetidas com urgência à cirurgia reparadora do lábio leporino e da fenda palatina em Mato Grosso do Sul e hoje, o deputado estadual Pedro Kemp foi à tribuna e denunciou o problema. O parlamentar acionou as secretarias do Estado e do município de Saúde para que busquem credenciarem o Hospital São Julião a realizar o procedimento.
“Crianças com mais de um ano ainda não foram operadas. Com a fissura no lábio, toda a saúde fica comprometida porque não conseguem se alimentar e muitas, vão a óbito”, afirma.
Antes, a cidade de Bauru (SP) era a referência mais próxima para o tratamento. Hoje, o hospital de lá não recebe mais crianças de outros estados e com isso, uma demanda parada é identificada em Mato Grosso do Sul, onde surgem, segundo informações da área de Saúde, ao menos 20 casos novos por mês.
“O hospital São Julião tem toda a infraestrutura. Conversei com o diretor do hospital e só falta a autorização do Ministério da Saúde, mas para isso é preciso que o Estado e a Prefeitura busquem resolver o problema. Temos casos de crianças indígenas. São necessárias pelo menos de 2 a 3 intervenções cirúrgicas para o procedimento ser finalizado e essas crianças não podem esperar porque correm riscos”, detalhou Kemp, que enviou documentação sobre o problema da Saúde para os órgãos responsáveis.
Triste realidade
Nascida na aldeia Alves de Barros, Município de Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, a menininha de 1 ano e 2 meses, da etnia Kadiwéu, tem lábio leporino e deformidades nos bracinhos e perninhas. Quando nasceu, veio à informação de que ela ainda precisaria atingir 4 quilos para que, em seguida, pudesse ser encaminhada para a cirurgia corretiva, conta a família. Hoje, ela possui aproximadamente 10 quilos e por causa da enfermidade tem muitas dificuldades para se alimentar. Não consegue mastigar alimentos sólidos. Se alimenta apenas com líquidos e pastosos. E para piorar, nesta época do ano, a poeira e a secura do clima na aldeia pioram a situação e provocam a irritação das vias aéreas da criança.
Sem condições financeiras, a família pediu ajuda para órgãos responsáveis e parlamentares. Conforme informações repassadas para o Mandato Participativo Pedro Kemp, a justificativa dada pelo DSEI-MS para o atraso da cirurgia é de que o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – HRAC/Centrinho USP, em Bauru, não está mais recebendo pacientes de fora do estado de São Paulo. Enquanto isso, o Hospital São Julião, em Campo Grande/MS, aguarda a habilitação que deve ser concedida pelo Ministério da Saúde para que possa iniciar o atendimento às crianças de MS que aguardam a cirurgia reparadora.
A criança kadiwéu não pode continuar a crescer e a viver com esse problema, cuja correção está prevista na cobertura do SUS. Uma fila de espera se forma desde que Bauru parou de atender.
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