CPI do Cimi: ao menos 500 jovens Guarani-Kaiwoá entre 12 a 17 anos suicidaram
Embora a realidade dos povos indígenas de MS esteja apenas como pano de fundo da CPI contra o CIMI, hoje, durante o depoimento do pesquisador, advogado, professor universitário e ex-assessor jurídico do CIMI (1989 -2002), Maucir Pauletti mencionou parte dessa situação que chama a atenção do mundo. Segundo ele, de 2003 até 2015, ao menos 500 jovens Guarani-Kaiwoás morreram vítimas de suicídio. “Isso intriga. Vi menino de 12, 13 anos amarrado em galho de árvore. O que o levaria a cometer essa situação? Tento encontrar uma situação para isso. Por que tantos jovens de 12 até 16, 17 anos cometem suicídio no momento de que o índio tem que tomar conta da sua vida?”.
O deputado estadual Pedro Kemp (PT) indagou Pauletti sobre a participação do CIMI na luta indígena, financiamento em retomadas e independência nas decisões. Ficou claro que, conforme Pauletti, os indígenas têm autonomia, o CIMI é um apoiador dos povos e cobre a ausência deixada pelo Estado tendo como quadro: a falta de terras, miséria, trabalhos indignos, vulnerabilidade e morte. “Não há índio sem terra. É o mesmo ser índio sem mãe”.