“Curva da morte”: Indígenas e representantes do Dnit reúnem-se para discutir obra
Ao menos 7 pessoas morreram na BR-060 este ano, na Serra de Maracaju.
O segundo secretário da Assembleia Legislativa, deputado estadual Pedro Kemp (PT) reuniu-se com engenheiros e representantes das comunidades de Bodoquena, Bonito, Jardim, Guia Lopes e Caracol e engenheiros do DNIT em busca de solução para a correção do erro na obra de engenharia
————————————————————————————————————
Representantes do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) estão reunidos no Plenarinho da Assembleia Legislativa com representantes das aldeias de cinco municípios da região Sudoeste. A morte de duas pessoas no último fim de semana foi a gota d’água para os moradores de Bodoquena, Bonito, Jardim, Guia Lopes e Caracol buscar auxílio no Legislativo estadual e federal em busca de solução para o problema.
Uma obra na chamada “curva da morte”, em Bodoquena, se faz urgente, segundo o cacique da aldeia Cabeceira, onde moram duas mil pessoas, Plácido Souza Bueno. “No último dia 26 morreram dois índios terena que voltam num caminhão de Sidrolândia. Outros cinco ficaram feridos. Eles estavam no serviço na fazenda Matosul e caíram na ribanceira. O DNIT tem que corrigir isso, essa ‘curva da morte’”, afirmou Bueno explicando que uma das vítimas dirigia o caminhão e o outro colega estava no banco do passageiro ao lado.
O deputado Pedro Kemp salientou a urgência de providências no local. Junto com o deputado federal Vander Loubet (PT), os parlamentares buscam ações em conjunto entre governos estadual e federal para pôr fim ao problema no local por meio de uma obra de correção do erro de engenharia.
O vereador Luiz Fino (PT) disse que só este ano foram 7 mortes na mesma região.
A Assembleia Legislativa vai buscar solução pra o problema e acionar as autoridades competentes após essa reunião.
Na reunião vieram à tona várias propostas:
Solicitar do Ministério dos Transportes maior agililidade no processo de federalização da BR-060, pois na prática ainda está sob domínio do Estado (foi estadualizada em 2002). Mas, para isso o Governo do Estado tem que fazer uma prestação de contas dos recursos que foram aplicados, recebidos pelo governo federal, e investidos nesta rodovia. “Sem a prestação de contas o governo federal não pode federalizar”, disse Kemp.
“Vamos cobrar do Governo do Estado maior agilidade da prestação de contas”, acrescentou o parlamentar.
Outro encaminhamento, foi a solicitação para a bancada federal de Mato Grosso do Sul das providências no sentido de incluir o projeto de duplicação daquele trecho da “Curva da Morte” no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), pois estando no PAC é a garantia de agilidade na obra.
Durante a reunião, os representantes do DNIT se comprometeram de fazer alguns investimentos naquele trecho a curto prazo em termos de sinalização e implantação de radares. Cargas pesadas têm tombado na curva que seria muito inclinada, conforme os engenheiros e comunidade local. “A implantação de radares a curto prazo será para para minimizar os problemas e evitar novos acidentes. O DNIT garantiu que já existem recursos para o trabalho de imediato”, disse Kemp.
Os índios entregaram um documento denunciando a truculência e o abuso de autoridade por parte da PRF (Polícia Rodoviária Federal) no dia em que eles fecharam a rodovia BR-060 em protesto. Disseram que a polícia chegou atirando e fazendo ameaças de prisões. “Vamos marcar audiência com o superintendente da PRF para entregar o documento com a denúncia”, finaliza Kemp.