Com aumentos de mortes, deputados pedem mais educação para o trânsito

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Deputados também questionaram o uso de radares
02/04/2019 - 11:43 Por: Fernanda Kintschner   Foto: Luciana Nassar

Os acidentes e mortes causados pelo trânsito foram tema de debate entre os deputados durante sessão desta terça-feira (2), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. O primeiro a subir na tribuna foi o deputado Marçal Filho (PSDB), que lamentou a morte do inspetor da Guarda Municipal de Dourados, Kleber Afonso de Souza, 42 anos, atingido enquanto estava em sua moto indo trabalhar, por um motorista que admitiu embriaguez.

“O teste do bafômetro confirmou que o motorista que causou o acidente fatal estava bêbado e ele foi preso por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Eu acredito que esse tipo de caso tem que ser homicídio doloso, quando a pessoa tem intenção sim, pois ao beber assumiu o risco de matar. Para mudar isso precisamos investir em mais educação”, afirmou o deputado.

Para Marçal é preciso alertar a população desde cedo, pois a maioria dos acidentes são provocados por imprudência e pela união de álcool com volante. “Ah eu só bebi umas latinhas, estou bem – dizem. Porém não é bem assim. Acontecem tragédias em famílias. Os números são assustadores. Precisamos de conscientização. Os carros precisam ver que os motociclistas e ciclistas estão em posições mais frágeis. Precisamos de ação contínua de educar e reeducar quem já saiu da escola”, ressaltou o deputado.

Em Dourados o número de acidentes com vítimas fatais diminuiu, segundo Marçal Filho, porém o deputado Gerson Claro (PP) lamentou que em Campo Grande o dado aumentou. “Em 2017 aumentaram as mortes em 35%. Vinha diminuindo, mas aí justamente na época em que desligaram os radares os acidentes aumentaram. Sou contra o ‘radar pegadinha’, aquele móvel ou sem sinalização, mas temos que manifestar aqui o apoio aos radares bem sinalizados, a lombada eletrônica, que são uma necessidade para que o país não volte a 50 mil mortes no trânsito”, justificou Gerson Claro.

 O deputado Professor Rinaldo (PSDB) concordou. “O que não podemos permitir são as pegadinhas. Naqueles locais em que um trecho é 30 quilômetros por hora e outro 50 quilômetros, em via que não tem um asilo, uma creche, um hospital. Radar escondido embaixo da árvore também não. Temos que pensar na razoabilidade e que educação é sempre prevenção”, destacou.

Quem também ocupou a tribuna para falar sobre radares foi o deputado João Henrique (PR), que comemorou o fato da Prefeitura de Campo Grande retirar um radar nos altos da Avenida Mato Grosso após mobilização popular. “Quero agradecer as mais de duas mil pessoas que compartilharam o pedido nas redes sociais e fez com que o prefeito Marquinhos Trad acatasse. Estava uma arapuca contra o cidadão. É muito fácil criticar, mas quando o gestor escuta, precisamos valorizar, constatado o equívoco da instalação embaixo de árvore”, comemorou. 

Os deputados Coronel David (PSL) e Evander Vendramini (PP) concordaram. “Temos que parabenizar a sensibilidade do prefeito”, disse David. “No Pantanal encheram de radares e não fazem a manutenção do mato, claramente percebe-se que é com intenção de arrecadar, porque tem um atrás do outro, sem critério”, lamentou o deputado.  

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