Pedro Kemp repercute dificuldades nacionais na área da educação

Imagem: Pedro Kemp criticou o atual Ministério da Educação
Pedro Kemp criticou o atual Ministério da Educação
04/04/2019 - 11:21 Por: Ana Maria Assis   Foto: Luciana Nassar

O deputado Pedro Kemp (PT) usou a tribuna na sessão desta quinta-feira (04) para falar sobre as dificuldades do governo federal na área da educação. Kemp apontou como principais problemas da educação o analfabetismo funcional, a evasão escolar no ensino médio e a escassez de projetos para educação básica de jovens e adultos.

Para o parlamentar, nas últimas décadas o Brasil avançou, com programas como Prouni, além da inauguração de universidades federais e institutos federais de educação, mas ele acredita que o Ministério da Educação atual não tem apresentado projetos para a continuidade dessas iniciativas, tampouco apresenta planejamento com novas formas válidas de promover a pasta. “O que está acontecendo atualmente no Ministério da Educação é um caos, uma confusão, pessoas sendo demitidas antes mesmo de tomarem posse. Diante dos imensos desafios reais da educação, o governo só se preocupa em combater o marxismo nas escolas, algo que não existe”, afirmou o deputado Pedro Kemp.

Foi concedido aparte ao deputado João Henrique (PR), que afirmou ver de “forma positiva” a mudança atual, comentando que apoiou e lutou pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT). Já o deputado Coronel David (PSL), defendeu o governo federal. David afirmou que três meses de governo não é suficiente para demonstrar as melhoras. “Considerando o tanto que o PT fez de mal, precisaremos de mais de três meses, mas sim de oito anos para consertar”, disse o parlamentar.

Para o Coronel David, é necessário combater ideologias partidárias nas escolas. “Um dos projetos do governo federal na educação é o extermínio do PT nas escolas. O civismo faz parte da educação. Com o resgate desses valores, quem sabe daqui oito anos poderemos falar sobre os avanços do governo Bolsonaro na educação”, afirmou o deputado.

Além de João Henrique e Coronel David, o Capitão Contar (PSL) também comentou sobre o tema. “Não gosto de enxergar tudo em dois lados opostos. Nós estamos do mesmo lado, nós queremos melhorias para a educação. Desse alto índice de analfabetos funcionais que Pedro Kemp falou, a culpa é desse governo atual?”, refletiu o deputado Contar. Ele também comentou sobre a PEC 141 de 2015, a qual permite que militares acumulem cargos para que possam atuar na área da educação. “Eu prefiro o hino nacional nas escolas do que funk”, finalizou o parlamentar.

Pedro Kemp afirmou que também é a favor do hino nacional nas escolas. “Quero também que os alunos cantem o hino nacional. Mas isso não é um projeto novo, não há nenhuma novidade. Afinal, os alunos de escola pública sempre cantaram o hino”, disse o deputado que já foi secretário estadual de educação em Mato Grosso do Sul. “Sou contra apenas filmar os alunos, obrigá-los a repetir o slogan da campanha do presidente da República e enviar para o ministro da educação”, explicou o parlamentar.

O deputado Kemp disse, ainda, que é contra o militarismo nas escolas, porque acredita não ser esse o papel dos militares. “Os militares, armados, devem defender as nossas fronteiras. Enquanto os professores estão nas escolas promovendo a educação. Imagina se professores fizessem curso de tiro, se fosse o contrário? Cada um tem a sua função na sociedade”, frisou Kemp. O deputado também afirmou que é preciso trazer discussões de valores nas escolas, principalmente em relação à prevenção da violência. “Em Mato Grosso do Sul, 14 mulheres foram assassinadas por seus maridos e companheiros neste ano. Precisamos levar discussão de gênero para as escolas”, disse o deputado.

O deputado Cabo Almi (PT), por fim, concordou com a fala de Pedro Kemp sobre as dificuldades do governo no Ministério da Educação. “Hoje completamos 100 dias de governo do Bolsonaro. É difícil trazer algo que ele conseguiu fazer ou apresentar. Eu gostaria que fosse diferente. Até pela esperança do povo. Não torcemos contra o Brasil. Mas, infelizmente, não é possível ver sequer um indicativo, e até os eleitores começam a perder a esperança”, afirmou.

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