Com testemunho de deputado ex-dependente, combate às drogas é debatido na ALMS

02/07/2019 - 13:03 Por:   

 

 

 

Imagem: Rinaldo subiu à tribuna para debater o tema e Antônio Vaz (à frente da foto) testemunhou sua superação ao vício

Além do debate político e votação de projetos, a sessão plenária desta terça-feira (2) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul foi preenchida com um testemunho de superação do deputado Antônio Vaz (PRB). Ele respondeu ao deputado Professor Rinaldo (PSDB), que subiu à tribuna para pedir mais ações de combate às drogas, com ampliação de projetos de prevenção e tratamento.

Vaz concordou que é preciso mais investimentos para que o dependente químico consiga largar o vício. “Fui viciado em drogas por 20 anos. Fui expulso de casa, levei três facadas e vi muitos amigos morrerem ou serem presos. Eu fui em busca de ajuda e hoje estou aqui. Ou seja, tem jeito? Tem, mas não é fácil. Há 25 anos faço trabalho voluntário para a reabilitação de pessoas que estão nessa situação, que destrói famílias e vidas”, declarou o deputado que enfatizou a necessidade de inserir a religião junto ao tratamento.

O tema foi trazido à tribuna por Professor Rinaldo em alusão ao Dia Internacional de Combate às Drogas, comemorado em 26 de junho e tema recorrente nas cobranças parlamentares por mais iniciativas do Poder Público. “A Secretaria de Justiça calcula que 70% dos crimes no Estado estão relacionados com as drogas, como furtos, assaltos, mortes e tráfico. A pessoa começa mentindo, depois comete delitos e aí extrapola a razão humana para alimentar o vício. A Vara da Infância já me relatou crianças com oito anos dependentes químicas. É uma realidade cruel, que assola o país”, lamentou o deputado.


Outros deputados também concordaram com Rinaldo

 

Para os parlamentares ações de prevenção são urgentes. “O Brasil nunca foi um país de prevenir e agora chegou a um patamar que não dá mais conta. Além das drogas, o álcool, a depressão, são muitas variáveis a se cuidar. Eu digo que toda prefeitura tem a obrigação de ter projetos sociais. Um professor de violão atende 30 crianças e adolescentes. Uma professora de ballet outras 100 pessoas. Tudo isso com apenas o pro-labore, que sai mais barato que qualquer tratamento. Tirar a ociosidade no contraturno tem se mostrado uma excelente ferramenta. Também deveria ser criado mais hospitais para tratamentos aos que já não conseguimos prevenir”, sugestionou Professor Rinaldo.

O deputado Lidio Lopes (PATRI) confirmou que há boas chances do tratamento ser eficaz. Ele pontuou que também conduz uma entidade que já resgatou 1.200 jovens e adultos das drogas e que tem em média 56% de índice de recuperação. “Temos uma dificuldade muito grande em conseguir apoio dos governos, mas é uma felicidade quando encontramos alguém que passou por lá e hoje é empresário, jornalista, gente trabalhadora”, ressaltou.

Marçal Filho (PSDB) também usou a palavra para pedir por mais tratamentos, destacando que os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) não estão dando conta da demanda. Já o deputado Capitão Contar (PSL) incluiu que nesse assunto é importante investir também na repressão contra os traficantes, para que as pessoas não tenham acesso fácil às drogas.

Projeto de Lei

Professor Rinaldo ainda aproveitou a sessão para apresentar um Projeto de Lei que denomina a biblioteca da Escola Estadual Ernesto Solon Borges, em Bandeirantes, de Professor Gilberto Melão, em homenagem ao ex-diretor da escola. Formado em Letras e Pedagogia, o educador também lecionou Português e Inglês na mesma escola. A proposta segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), antes de ser apreciada pelo plenário.

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