Outubro Rosa: "O que você come previne ou estimula o câncer?", indaga especialista
Como parte das ações realizadas no Outubro Rosa, mês de prevenção e combate ao câncer de mama, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) promoveu, por meio da Escola do Legislativo Senador Ramez Tebet, a palestra “O que você come previne ou estimula o gene do câncer?”, com a nutricionista Francisca Bigaton, especialista em fitoterapia integrativa e nutrição clínica funcional.
Durante a rodada de conversa com servidores da Casa de Leis, Francisca destacou a seriedade de uma boa alimentação na prevenção ou estímulo da doença, que deve atingir 59.700 mil brasileiras em 2019, 8.740 delas só em Mato Grosso do Sul, com risco estimado em 56 casos a cada 100 mil mulheres, conforme projeção do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Assim como para os demais tipos de câncer, não há uma causa única para o câncer de mama, no entanto, alguns cuidados e muita atenção ao próprio corpo, especialmente no caso de mulheres entre 45 e 69 anos, podem ajudar a minimizar os riscos de desenvolvimento da doença.
Tão importante quanto o “estado de alerta” a qualquer alteração suspeita nas mamas, está a prevenção por meio de uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes, explica a nutricionista. “O desenvolvimento do câncer é um fenômeno lento e gradual, que perdura por anos e até décadas. Há, claro, alguns componentes genéticos e hereditários associados, mas, em geral, o que podemos fazer é criar estratégias, dentro das nossas possibilidades, para reduzir as chances de apresentar a doença”.
Alimentação pode evitar a evolução da doença
Para reforçar como são fundamentais os cuidados com a alimentação, na prevenção deste e de outros males, Francisca associou o perigo de desenvolvimento da enfermidade a um copo que vai se enchendo ao longo da vida. “Se você fechar a torneira dos fatores de risco, a chance de o copo transbordar lá na frente diminui muito”, pontuou.
De acordo com a nutricionista, a lentidão no desenvolvimento da doença, em geral, é oportuna para a devida interferência neste processo, visando à introdução de alimentos que bloqueiam a evolução da célula “sadia” para a célula cancerosa. “Temos que trabalhar na base. Essa ‘faxina’ no nosso organismo exige muita disciplina para surtir efeito a partir do equilibro do processo metabólico, e alguns alimentos podem ajudar nosso corpo a aproveitar melhor os nutrientes”, reforça.
Comer bem não é caro e vale a pena
Alimentos com características antioxidantes, segundo ela, são extremamente importantes no processo metabólico, pois funcionam como uma espécie de vassoura, para eliminar os radicais livres – moléculas produzidas naturalmente pelo organismo durante processos de respiração e produção de energia, que podem causar diversos danos à saúde – que o corpo produz.
Além do gengibre, ela destaca frutas vermelhas, orégano, tomilho, cúrcuma, alecrim, açafrão, alho, cebola, manjericão, dentre outros. “Não é preciso ingerir frutas um pouco mais caras, como framboesa e cranberry, bastam cinco acerolas por dia que já é o suficiente. Um copo de 250 ml de suco de laranja com agrião, por exemplo, costuma ter a quantidade recomendada diária de oxidantes”.
“Nem sempre o que é bom para nosso corpo é caro. Pessoas com menos recursos, às vezes, se alimentam muito melhor do que aquelas que possuem um poder aquisitivo maior”, esclarece. A receita, segundo ela, é fugir de produtos industrializados e consumir “comida de verdade”, que contenha a quantidade ideal de proteína, carboidrato, gordura, fibras e vitaminas.
Além da boa alimentação, reforça, a prática de exercícios físicos, consumo moderado de bebidas alcoólicas, além um estilo de vida menos exposto ao estresse, fazem toda a diferença na prevenção do câncer e de diversas outras doenças.
“Através do alimento, podemos fazer muito por nossa saúde”
Ao final da palestra, a servidora Magda Costa, de 55 anos, contou um pouco de sua história, que serviu de alerta aos presentes. “Até meus 45 anos, não tinha problema algum. Achei que estava tudo muito legal. Quando entrei na menopausa, fiz um check-up e ‘quase entrei em parafuso’. Fiz um dopler do fígado e o médico disse, assustado, que eu estava à beira de ter que fazer radioterapia. Ele perguntou se eu tive chikungunya ou hepatite. Cheguei até a nutricionista, por meio de indicação, e depois de um estudo, fiquei 40 dias sem diversos tipos de alimento, e não estava usando glúten, até que comi um bolo oferecido por uma amiga e quase morri de enxaqueca, dor de barriga, vômito, fiquei toda inchada”, narra.
Depois de entender, com ajuda profissional, o próprio corpo, suas necessidades e restrições, Madga viu a luz no fim do túnel. “No tempo em que eu fiquei sem ingerir leite e açúcar, não apresentei mais nenhum sintoma. Quando fiz o teste de alergia, descobri que sou alérgica a muitos produtos. Quando tirei isso da minha alimentação, o bem-estar foi enorme. A gente é, realmente, o que a gente come”, finaliza.
Após o depoimento da servidora, houve a distribuição de temperos antioxidantes para os participantes, e o evento foi encerrado com o sorteio de três avaliações nutricionais, para detectar se os contemplados possuem alergia a algum ingrediente, que, eventualmente, esteja desencadeando reações no organismo.
Segunda rodada
Para contemplar, desta vez os servidores do período matutino da Casa de Leis, Francisca Bigaton realizará nova palestra, na próxima sexta-feira (18), às 9h30, também no Plenarinho.
Crédito obrigatório para as fotografias, no formato Nome do fotógrafo/ALEMS.