Preocupação e cuidados com recursos hídricos são destaques de Frente Parlamentar
Qualidade das águas de Mato Grosso do Sul; atividades dos Comitês de Bacia Hidrográfica; e a situação do rio Taquari e as áreas alagadas da região do Paiaguás. Essas foram as pautas debatidas na reunião da Frente Parlamentar de Recursos Hídricos do Estado realizada - nesta terça-feira (22) - na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS).
O evento foi proposto pelo coordenador do grupo de trabalho, deputado Renato Câmara (MDB). “Daqui tiramos vários encaminhamentos. Precisamos aprofundar os debates que foram apresentados hoje”, destacou o parlamentar.
Químico do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Luís Mário Ferreira falou sobre o monitoramento da qualidade das águas superficiais de MS. “Usamos um índice de qualidade, o IQA, que representa bem a qualidade das águas do Estado. Seguimos critérios internacionais de implantação de redes de monitoramento. No MS, são 180 pontos de monitoramento”, explicou o profissional.
Ferreira também abordou a qualidade da água no Pantanal, especificamente sobre a bacia do rio Miranda. “O que influencia a qualidade da água na planície pantaneira é a cheia quando tem maior índice de poluição”, esclareceu. De acordo com o técnico, a qualidade da água do Miranda é considerada boa.
Para a presidente do Comitê da Bacia Hidrografia (CBH) do rio Miranda, Maria Helena da Silva, junto aos parâmetros do IQA, devem ser inseridos parâmetros biológicos de avaliação da água. “Pela caracterização de MS, é necessário aumentar a segurança dos parâmetros e métricas de qualidade de água”, afirmou.
Os responsáveis pelos CBH de Mato Grosso do Sul deram um panorama geral da situação de cada comitê. Representante a Bacia de Ivinhema, Sidenei Tambosi, explicou a finalidade do CBH. “A responsabilidade é implementar a política de recursos hídricos na bacia hidrográfica de atuação”, disse.
O presidente do CBH do rio Santana-Aporé, Paulo Sérgio Gomes, destacou os desafios das equipes dos comitês. “Os recursos para as bacias não estão chegando, precisamos de planejamento e cronograma integrado continuado das ações. A gestão descentralizada e participativa deve ocorrer conforme a lei”, enfatizou. Gomes também alegou que o Fundo Estadual de Recursos Hídricos, instituído por lei, está inativo. “Precisamos fazer a cobrança dessas implantações. O trabalho da Frente é de conhecer esses desafios e agir”, disse Câmara em reposta a exposição.
Além disso, os integrantes da Frente Parlamentar falaram sobre o rio Taquari e as áreas alagadas da região do Paiaguás. Representante do Instituto AGWA, Nelson Araújo Filho, fez uma apresentação sobre o tema. “O rio simplesmente deixou de correr, sumiu porque a água foi desviada por conta do assoreamento. E a água desviada inundou a região do Paiaguás. É uma situação gravíssima, a região é considerada patrimônio da humanidade.
Um dos problemas, de acordo com Filho, é a falta de conhecimento da gravidade do problema. “As autoridades não têm dimensão do problema que isso representa. Para recuperar esse dano serão anos de atividades, de estudos e de muito investimento. A arma para combater esse desastre é o conhecimento”, refletiu.
“Essa é uma discussão muito pertinente. O assoreamento do Taquari é um dos maiores danos ambienteis de MS, talvez do país. Causa problemas econômicos, sociais e ambientais que precisam ser discutidos”, pontuou Renato Câmara.
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