Novembro Azul: ALEMS apoia homens a vencer tabus para prevenção do câncer

Imagem: Palestra foi ministrada pelo médico urologista Jamal Salém
Palestra foi ministrada pelo médico urologista Jamal Salém
01/11/2019 - 11:56 Por: Fernanda Kintschner   Foto: Luciana Nassar

Neste dia primeiro começa o Novembro Azul, campanha mundial feita para reforçar a importância da prevenção e diagnóstico precoce contra o câncer de próstata. Na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) não foi diferente. A Escola do Legislativo Ramez Tebet promoveu mais uma edição do projeto Sextou na ALEMS, em que reuniu servidores no Plenarinho Nelito Câmara para debater o tema com o médico especialista em Urologia, Jamal Mohamed Salem.   

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) registrou em 2018, um total de 68 mil novos casos, para essa doença que é a segunda maior causa de morte por câncer em homens no Brasil, com mais de 14 mil óbitos. A doença é confirmada após fazer a biópsia, que é indicada ao encontrar alguma alteração no exame de sangue (PSA) ou no toque retal, que somente são prescritos a partir dos sintomas identificados por um médico especialista.

Jamal Salem explicou que há três tipos de doenças na próstata. As mais comuns são as prostatites, que podem ter origens infecciosa ou inflamatória, sendo aguda ou crônica. “Antigamente as pessoas se automedicavam com antibiótico indiscriminadamente e, muitas vezes, os sintomas desapareciam, mas não era combatida a causa. A bactéria migra e se aloja na próstata e causa a prostatite que pode levar à impotência sexual e até infertilidade. Se tratada corretamente, é possível reverter esses quadros. Se não tratada pode até levar ao câncer”, explicou.


Jamal Mohamed Salem explicou explicou os três tipos de doenças na próstata

As demais doenças enumeradas por Jamal são a hiperplasia e o câncer de próstata. O médico elencou dados da Organização Mundial da Saúde em que:

- um diagnóstico de câncer de próstata é dado a cada sete minutos no mundo;

- 1 óbito é registrado a cada 40 minutos;

- 20% dos diagnósticos apontam casos em estágio avançado;

- 25% dos homens diagnosticados com câncer de próstata morrem.

Os sintomas mais comuns são: dificuldade de urinar; demora em começar e terminar de urinar; sangue na urina; diminuição do jato de urina; necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Caso descoberto, o câncer pode ser tratado com cirurgia, que pode ser aplicada junto com radioterapia e tratamento hormonal, conforme cada caso. Para evitar, o Instituto Nacional do Câncer recomenda a prevenção com atividade física regular, alimentação saudável, evitar fumo e álcool e combater o sobrepeso.

“Os exames para o diagnóstico são indolores, não vão diminuir sua virilidade ou alterar seu desejo sexual, temos que eliminar esses tabus e se cuidar. Às vezes, você está tomando estimulante e encobrindo uma prostatite. O colesterol alto, a diabetes, também interferem. Vamos se cuidar, que as chances de cura do câncer beiram os 90% se descoberto precocemente”, enfatizou Jamal Salém.


O médico Osvaldo Dutra reforçou que a equipe está à disposição dos servidores

O médico responsável pelo setor da Saúde da Assembleia Legislativa, Osvaldo Dutra, concordou. “Envelhecer deve ser com saúde. Envelhecer sem ver os filhos, sem poder caminhar, ser independente, ter sequelas de doenças graves, isso não é estar bem. Nosso papel é orientar e estamos à disposição”, afirmou.  O diretor da Escola do Legislativo, Ben-Hur Ferreira reforçou a importância de ter espaços de conversa e conscientização como este. “Cada dia mais a Escola do Legislativo está mais convicta na elaboração de eventos para que o servidor se cuide. Ao homem então isso é imperativo. Ele não tem que ter vergonha de se cuidar. Temos que quebrar esses tabus”, considerou.

Saiba mais

Em Mato Grosso do Sul, o Novembro Azul foi instituído por força da Lei 4.636/2014, de autoria do deputado Zé Teixeira (DEM) e do ex-deputado Marquinhos Trad (PSD). O Instituto Nacional do Câncer alerta que homens acima dos 40 anos devem fazer os exames regularmente e fazem parte do grupo de risco (os que têm mais chances de ter a doença) aqueles com sobrepeso ou obesidade e ainda cujo o pai, avô ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos.

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