Na Semana da Consciência Negra, jovens parlamentares falam sobre racismo

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Deputados estudantes alegaram que a prática é uma herança da escravidão no Brasil e acreditam na educação para mudança
18/11/2019 - 17:04 Por: Evellyn Abelha    Foto: Rázia Krug

“Como não ser racista”. A frase foi tema da reunião do projeto Parlamento Jovem realizada nesta segunda-feira (18) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). A palestra foi proferida pelo gerente da Escola do Legislativo Senador Ramez Tebet, Ben-Hur Ferreira, em reflexão ao Dia da Consciência Negra, que será comemorado na próxima quarta-feira, 20 de novembro.

Indagados sobre a existência de racismo no Brasil, a resposta dos deputados estudantes foi unânime, ao dizerem que sim. Os jovens alegaram que a prática é uma herança da época da escravidão no Brasil e acreditam na educação para mudança da realidade. “Acho esse tema muito bom, muito atual, por conta dos momentos que o Brasil vem vivendo. Nas escolas, a gente trabalha bastante essa questão. O caminho é a educação, a leitura. Sair da ignorância”, defendeu o deputado estudante Daniel Caetano.


Gerente da Escola do Legislativo, Ben-Hur Ferreira, fez reflexão com os jovens

De acordo com o palestrante, a resposta ao tema do encontro está em dois gestos fundamentais. “Tem que ter atitude emocional de se colocar no lugar do outro. Também é preciso conhecer a história, para não falar aquilo que não se sabe”, pontuou Ben-Hur. O gerente também deu testemunho aos deputados estudantes sobre situações racistas que enfrentou. “Eu tive pais que me incentivaram, que trabalharam minha autoestima. Se eu fosse me basear no olhar que os outros tinham de mim, eu estava perdido. Mas o fato de ser negro e estar aqui significa que um projeto racista está fadado à derrota”, afirmou.

Ao final da palestra, os jovens parlamentares foram desafiados pelo gerente da Escola do Legislativo a praticarem ações de combate ao racismo. “Gostaria de propor um compromisso. No dia 20 de novembro, vocês fazerem algo relacionado ao racismo. Pode ser uma conversa sobre o tema com os familiares”, sugeriu. Para a deputada estudante Gabrielli Ferrandin, as ações podem gerar frutos. “É por meio da conscientização de cada um que vamos parar com essas atitudes de racismo”, disse.

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