Cirurgia reparadora de lábio leporino poderá ser obrigatória na Santa Casa

Imagem: Antônio Vaz, presidente da Comissão de Saúde, apresentou proposta que beneficia quem tem lábio leporino em MS
Antônio Vaz, presidente da Comissão de Saúde, apresentou proposta que beneficia quem tem lábio leporino em MS
18/08/2020 - 10:40 Por: Ana Maria Assis   Foto: Wagner Guimarães/Arquivo ALEMS

O deputado Antônio Vaz (Republicanos) apresentou na sessão remota desta terça-feira (18) o Projeto de Lei 152 de 2020, que torna obrigatória a cirurgia reparadora de lábio leporino ou fenda palatina na Santa Casa e nos conveniados.

De acordo com a proposta, o artigo primeiro da norma prescreverá que a Santa Casa, por meio de sua rede de unidades públicas ou conveniadas, deverá prestar serviço gratuito de cirurgia plástica reconstrutiva de lábio leporino ou fenda palatina, bem como o tratamento pós-cirúrgico. Ainda, esse tratamento após a cirurgia, incluirá fonoaudiologia, psicologia, ortodontia, e demais especialidades relacionadas à recuperação e tratamento integral de lábio leporino ou fenda palatina.

Caso o paciente necessite fazer uma reeducação oral, deverá ser disponibilizado, também gratuitamente, um fonoaudiólogo que o auxiliará nos exercícios de sucção, mastigação e no bom desenvolvimento da fala. A assistência inclui atendimento de um ortodontista, a quem caberá decidir sobre o implante dentário e adoção de aparelhos ortodônticos após a cirurgia, além de atendimento psicológico quando necessário.

Por fim, o projeto de lei prevê que “os casos de lábio leporino detectados e confirmados ainda no pré-natal ou após o nascimento deverão ser encaminhados aos centros especializados para a cirurgia reparadora, impreterivelmente, logo após o nascimento do bebê”.

Na justificativa, o deputado argumenta que “quanto mais cedo é realizada a reparação, melhores são os prognósticos de recuperação. Ou seja, a cirurgia reparadora logo após o nascimento é ação, inclusive, preventiva em relação a uma série de problemas ao longo do desenvolvimento da pessoa”.

O deputado ressalta que, no Brasil, “tem-se cerca de 1 criança com fissura para casa 650 nascidas e, cerca de 5.800 novos casos todos os anos. As estimativas gerais são de cerca de 280.000 pessoas com fissura lábio/palatal em todo o país, entretanto, não se sabe exatamente quantas já receberam atendimento”.

Para Antônio Vaz, “o problema da fissura labiopalatal no Brasil torna-se ainda mais alarmante, a partir do momento em que o sistema público de saúde não consegue atender nem metade das crianças que nascem com fissura no país”.

 

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