Com comenda da "profetisa do gerenciamento", ALMS homenageia administradores
Uma mulher muito à frente do seu tempo. A escritora norte-americana Mary Parker Follett (1868-1933), cujo pensamento lançou as sementes de conceitos considerados inovadores nos setores público e privado - como o empreendedorismo social e a sustentabilidade - dá nome à Comenda do Mérito Legislativo entregue durante sessão solene que marca a Semana do Administrador, na Assembleia Legislativa, na noite desta terça-feira (18), por proposição do deputado Felipe Orro (PSDB).
"É inegável a participação dos administradores na construção de gestões cada vez mais capacitadas e eficientes e, nesse sentido, é uma alegria muito grande essa homenagem. A Casa de Leis está sempre de portas abertas para receber sugestões de eventos, projetos de lei. Enfim, contem conosco sempre", afirmou o parlamentar.
O legado da também advogada, filósofa, economista e administradora Mary, apelidada pelo guru Peter Drucker de "profetisa da gestão", foi lembrado por Ana Carla Albuquerque de Oliveira, agraciada com a honraria. "Mary Parker foi uma pioneira, em um mundo até então predominantemente masculino, e me ajudou muito em todos os meus estudos e no meu trabalho. Deixou pilares, como o conhecimento, a experiência, a prática, o comprometimento e o relacionamento, como as bases que consolidam uma atuação interligada e sistêmica", disse.
Além de administradora, Ana Carla é especialista em Relações Internacionais e mestre em Desenvolvimento Territorial Sustentável, e tem mais de dez anos de experiência em gestão de projetos nas áreas de sustentabilidade, negócios sociais, empreendedorismo e acesso a mercados para pequenas empresas.
À frente do Conselho Regional de Administração (CRA-MS), Alex Sandre Rodrigo Cozelli defendeu a integração como estratégia para avanços significativos nas gestões pública e privada. "A interação com a Assembleia Legislativa e a que procuramos ter com administradores e tecnólogos, inclusive do interior do Estado, nos permite identificar necessidades dos mercados e a busca por capacitação constante", afirmou.
Também foram entregues durante a solenidade o Título de Educador Emérito a Michel Ângelo Constantino de Oliveira. Foram, ainda, homenageados, com o Título de Acadêmico Emérito: Aline Torres Torales, Bruna Pereira Camargo, Elaine Dias Barbosa, Eliane Gonzales Veron, Elisângela Santos Rocha, Ewerthon Martines Figueiredo, Fábio Antônio Basseto, Fernanda Moura dos Santos, Filipe Luiz da Costa, Humberto de Almeida Ferreira Freitas, Maria Carolina Espíndola, Maria Castorina Pavão Chaves, Natália Reis dos Santos, Ney Barros de Omena, Roberta Mourão Tonial, Robson Pereira Medrado Rosa, Sibelly Gurião Pinheiro, Thais dos Santos Araújo e Vanessa Marques de Araújo Zafalon.
Mary Parker Follett destacou-se como consultora de gestão, pelo trabalho que realizou nos domínios do desenvolvimento social e comunitário, tendo sido precursora no estabelecimento de centros comunitários, pelo seu pioneirismo nos campos da teoria organizacional e do comportamento organizacional.
Do legado dela, podem extrair-se contribuições para a melhoria da vida econômica, social e organizacional, descritas no livro Sobre Liderança, Poder, Empresas e Sociedades (Edições Sílabo), organizado por Arménio Rego e Miguel Pina e Cunha.
Na obra, são retratadas a vida e a trajetória de Mary, que também foi ativa conferencista e consultora de líderes empresariais e de governo nos Estados Unidos e Inglaterra. "Uma pioneira notável das modernas gestão e administração, uma mulher de sucesso num mundo de homens, uma das primeiras individualidades a reconhecer que as pessoas constituem uma questão fundamental da gestão moderna", assim a profetisa é descrita no livro.
Entre as contribuições, estão conceitos relacionados à ética, hoje considerada essencial no mundo dos negócios, a Teoria dos Stakeholders (públicos de interesse de uma organização), a gestão como profissão, as virtudes dos gestores, a importância da integridade dos líderes ou a espiritualidade no trabalho. Mary considerou que as experiências democráticas/participativas ajudariam as pessoas a desenvolver o próprio potencial e preconizou a chamada "governança cooperativa", nos termos da qual os trabalhadores seriam formados para compreender os negócios e os seus mercados, e participariam na gestão dos destinos das organizações.
Locução: Nivaldo Mota e Ricardo Ortiz / Técnica: Carol Assis e Flávio Cunha.
Fonte: Agência AL MS