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Na última sessão do ano, jovens discutem de Escola sem Partido a tarifa de ônibus


Saúde pública, Programa Mais Médico, ensino integral, Escola sem Partido, aumento da tarifa de ônibus, impostos, fiscalização do dinheiro público e corrupção. Esses foram alguns dos temas debatidos pelos deputados da 6ª edição do Parlamento Jovem durante a última sessão ordinária do ano, realizada na tarde desta segunda-feira (03) no Plenário Júlio Maia, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

Em sessão movimentada e com participação expressiva, seis estudantes ocuparam a tribuna para discursar sobre assuntos de interesse público e ocorreram 11 apartes durante essas falas. O tema saúde pública, o primeiro discutido, foi apresentado pelo deputado Gustavo Andrade Rodrigues, aluno da Escola Estadual Maria Constança de Barros Machado. Ele remontou ao Brasil Colônia, lembrando que doenças diversas foram introduzidas pelos europeus. Tratou, ainda, sobre problemas de saneamento básico e criticou mudanças em curso no Programa Mais Médico.

A estudante Ana Carolina Santos de Oliveira, da Escola Estadual Arlindo de Andrade Gomes, pediu aparte e afirmou que a saída dos médicos cubanos do Brasil prejudicou a população de regiões mais distantes do país. “Isso é uma crueldade com o povo brasileiro”, considerou. Em outro aparte, Natállia Braga, da Escola Estadual Joaquim Murtinho, reforçou críticas a mudanças no Programa Mais Médico e convidou os colegas a participarem do projeto “Imagine SUS” (acesse aqui o site do projeto).

O ensino em tempo integral foi criticado pelo deputado João Matheus Ferreira, aluno da Escola Estadual Waldemir Barros Silva. Para ele, a prática da pesquisa e a autonomia do aluno foram prejudicados pela modalidade. “Apesar de muita resistência, o ensino integral foi inserido na nossa escola. Eles pregam o protagonismo juvenil, mas de protagonismo não tem nada”, criticou.

No aparte, a deputada Eduarda Louyse Oliveira Azambuja, da Escola Estadual Amélio Carvalho Baís, lembrou que a escola em tempo integral prejudica alunos que trabalham.  A estudante Ana Carolina também fez aparte para cobrar uma prática educacional que estimule o espírito crítico e desenvolva a criatividade dos alunos.

Também debatido durante o Grande Expediente, o Programa Escola sem Partido provocou discussões pouco mais acaloradas. O assunto foi abordado pelo estudante Guilherme Santana, da Escola Municipal José Hugo Rodrigues, que teceu críticas ao Projeto de Lei (PL) 199/2018, de autoria do deputado do Pedro Kemp, que “dispõe sobre a proibição de constrangimento ao livre exercício docente nas salas de aula dos estabelecimentos do Sistema Estadual de Ensino”.

Para Guilherme Santana, o PL 199/2018 é “uma tentativa mal pensada de ir contra o Programa Escola sem Partido”. “Milhares de alunos estão em audiência cativa em sala de aula. E são eles os maiores prejudicados com discursos ideológicos dos professores”, considerou. Nos apartes, as deputadas Natállia Braga e Ana Carolina colocaram-se contrárias ao discurso de Guilherme e o deputado João Matheus discursou a favor do Escola sem Partido.

O aumento da tarifa de ônibus em Campo Grande, de R$ 3,70 para R$ 3,95, que entrou em vigor nesta segunda-feira (03), também foi tema discutido durante a sessão. “Isso é um absurdo. Nossos ônibus estão precários, caindo aos pedaços, e ainda pagamos caro por isso!”, esbravejou a deputada Eduarda Loyse. Ela sugeriu a contratação de mais motoristas e de aumento da frota de ônibus na Capital. O deputado Guilherme, no aparte, concordou e fez críticas à administração municipal de Campo Grande.

Importância da participação política e da fiscalização da aplicação do dinheiro dos tributos foram outros temas debatidos. O primeiro assunto foi apresentado pelo estudante Petrick Alexandre Santos, da Escola Estadual José Maria Hugo Rodrigues. Já  o deputado Claésio Aquiles Gauna, da Escola Estadual Maestro Heitor Villa Lobos, apontou a corrupção como principal fator da má aplicação do dinheiro público e salientou a importância do acompanhamento do uso dos valores pagos em tributos.

Nas explicações pessoais, no fim da sessão, a estudante Natállia ocupou a tribuna para criticar o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que não estaria cumprido o que dissera em campanha. Ela se referia à contradição entre o discurso de combate à corrupção e a indicação para o primeiro escalão de políticos que são investigados. “Até quando vamos continuar aceitando isso?”, questionou.

Avaliação

Antes da abertura da sessão, Cheila Cristina Vendrami, coordenadora da Escola do Legislativo Senador Ramez Tebet, conversou com os estudantes sobre as impressões deles quanto ao primeiro ano da 6ª edição do Programa Parlamento Jovem. Os deputados responderam questionário sobre a participação deles, as dificuldades e os avanços que tiveram neste ano. 

"Os estudantes tiveram oportunidade de discutir diversos temas, apresentados em muitas palestras. Puderam questionar e levar a discussão para suas escolas, trabalhando os assuntos com a comunidade escolar e em aulas de diversas áreas, como História, Filosofia e Sociologia", avaliou Cheila. 

A coordenadora informou, ainda, que, em outubro do próximo ano, será realizada eleição de novos deputados estudantes.  O edital, de acordo com ela, será publicado em março. Podem participar alunos do 8º e 9º do Ensino Fundamental e do 1º e 2º do Ensino Médio. Serão eleitos 24 deputados estaduais e igual número de suplentes.

Locução: Nivaldo Mota e Ricardo Ortiz / Técnica: Carol Assis e Flávio Cunha.

Fonte: Agência AL MS

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Equipe Rádio Assembleia em 04/12/2018 09:39:00