Prevenção é a única maneira de proteger os animais da anemia infecciosa eqüina

22/11/2003 - 10:30 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS

O laço comprido roda no ar. Na pista de laço, cavalo e laçador precisam estar em harmonia - a velocidade e a disciplina do cavalo sustentam a agilidade e a precisão do laçador. Ponto positivo, e a platéia aplaude entusiasmada. A cena repete-se quase todos os fins de semana nas festas dos Clubes de Laço. Admiradores das competições de laço comprido conhecem pelo nome os melhores cavalos e laçadores. Além da fama, ambos conquistam títulos e troféus. Mas, a parceria entre cavalo e laçador pode ser interrompida por causa de uma doença que atinge os eqüídeos: a Anemia Infecciosa Eqüina. O resultado positivo pode ser ao mesmo tempo a sentença de morte do animal.<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p> Anemia Infecciosa Eqüina A anemia infecciosa eqüina (AIE) é uma doença incurável que ataca cavalos e outros eqüídeos, enfraquecendo, diminuindo a capacidade de trabalho desses animais e, em casos mais crônicos, levando-os à morte. Os principais sintomas da AIE são febre alta, respiração rápida, abatimento e cabeça baixa, sonolência, debilidade das patas (o animal para equilibrar-se passa o peso do corpo de uma para outra pata), inchaços nas canelas, peito e barriga, e considerável perda de peso.<o:p></o:p> A doença é provocada por um vírus, transmitido por picadas de insetos sugadores (moscas de estábulo, mosquitos e mutucas), e, também, por materiais contaminados, como espora, freios, seringas e outros materiais cirúrgicos usados em animais doentes. Como não existe tratamento para a doença, a prevenção é o único remédio: combater os insetos, realizar manutenções sanitárias, drenagem de pasto alagado e fiscalizar os bebedouros, são medidas que podem ajudar a diminuir os focos da doença. Em caso confirmado de AIE o animal deve ser, imediatamente, isolado. A AIE não ataca o ser humano, mas, como é transmitida por um vírus e não tem cura, ela é comparada à AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) vírus que destrói a imunidade humana. No caso da AIE a possibilidade de uma vacina é remota, pois muitas já foram experimentadas até o momento, mas nenhuma apresentou resultados satisfatórios. <o:p></o:p><H1 style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: left" align=left> <o:p></o:p></H1><H1 style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Fiscalização<o:p></o:p></H1>Em Mato Grosso do Sul o controle da doença é feito pelo Ministério da Agricultura em parceria com o IAGRO. No Estado, 23 laboratórios estão credenciados para fazer o exame. De janeiro a setembro deste ano, já foram realizados 22.409 testes, sendo que 785 animais apresentaram resultado positivo para AIE. “É um trabalho difícil, principalmente no Pantanal, porque é uma área muito extensa e, apesar da fiscalização, o número de animais infectados é grande. Lá, o animal infectado é marcado e isolado, ao contrário dos animais que vivem em áreas de planalto, que são sacrificados”, explica o fiscal federal de agricultura Otto Seldens. Para o animal poder transitar pelo Estado, o IAGRO exige o GTA (Guia de Trânsito Animal), e só pode participar das festas de laço com o atestado negativo para AIE. Como a doença é altamente contagiosa, a fiscalização é rigorosa e, durante essas competições, mesmo estando todos os animais com os exames negativos, o IAGRO ainda realiza amostragens, ou seja, novos testes, em pelos menos 10% dos cavalos, para constatar se não há AIE entre eles. Isso ajuda a diminuir a contaminação desses animais durante os eventos. Além dos Clubes de Laço, o IAGRO também faz a defesa sanitária em propriedades rurais de todo o Estado. Este ano, já foram identificados 66 focos de AIE, em 42 municípios. “Nós fazemos o levantamento epidemiológico; quando somos informados de um foco de anemia infecciosa, vamos ao local para fazer a fiscalização sanitária e tomar as medidas necessárias, como marcar e isolar os animais com suspeita da doença ou, em casos específicos, sacrifica-los”, informou a fiscal estadual agropecuária Noirce Lopes da Silva. <o:p></o:p><H2 style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: left" align=left> <o:p></o:p></H2><H2 style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Fatores econômicos e a AIE<o:p></o:p></H2><H2 style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></H2>O Brasil já produz o quite para realizar o teste de Coggins, que identifica o vírus da AIE. O exame é feito com uma amostra de sangue do animal, que deve ser colhida por um médico veterinário credenciado pelo órgão oficial do Estado. No laboratório, o soro sanguíneo do animal será analisado e submetido aos testes. O resultado é expedido em 48 horas, com alta margem de segurança. O custo pode chegar a R$ 20,00 por exame, e tem validade de apenas 60 dias. De acordo com a Portaria Nº 77, de 28 de setembro de 1992, da Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária, que determina normas e procedimentos à profilaxia e combate à Anemia Infecciosa Eqüina, está estabelecido que o prazo do atestado negativo da AIE poderá ser estendido para até 180 dias, em caso de eqüídeos procedentes de entidades controladas. Esta mesma Portaria garante, também, ao proprietário do animal soropositivo, requerer contraprova. A solicitação deverá ser dirigida ao Serviço de Sanidade Animal do Estado no prazo máximo de 08 dias, contados a partir do recebimento do exame. Fatores econômicos tornam mais rigoroso o controle da AIE. Mato Grosso do Sul exporta carne de eqüídeos para países da União Européia e Japão, e, por isso, sofre constantes fiscalizações das missões estrangeiras, que verificam se o Estado está atendendo às exigências e normas Internacionais. <o:p></o:p><o:p></o:p> <o:p></o:p><H2 style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Deputado Estadual em defesa dos produtores rurais<o:p></o:p></H2>Está em tramitação na Assembléia Legislativa do Estado um projeto de lei que pretende isentar os proprietários rurais de Mato Grosso do Sul do pagamento de exames de AIE realizados nos laboratórios estaduais. “A Anemia Infecciosa Eqüina é uma doença que assola tropas inteiras; além do valor sentimental, atinge diretamente o proprietário, pela redução do valor de sua tropa”, disse o deputado Waldir Neves(PSDB), autor do projeto. Ele explica que o controle de sanidade animal, muito importante no combate à doença, passa, necessariamente, pelo teste de Coggins; porém, o custo do exame inviabiliza que um maior número de proprietários de animais controlem suas tropas. “Com a isenção do pagamento do exame, vamos garantir a melhoria dos serviços relacionados às políticas públicas de saúde animal”, concluiu o deputado. O projeto de lei de Waldir Neves já foi aprovado em primeira votação pela Assembléia Legislativa. Agora, deverá ser submetido à segunda votação, e, se for aprovado, será encaminhado ao Governador para ser sancionado.<o:p></o:p><o:p></o:p><o:p></o:p>Informações:<o:p></o:p> <o:p></o:p>Fiscalização e controle da AIE:<o:p></o:p>Ministério da Agricultura: 325-7100<o:p></o:p>IAGRO: 346-2788<o:p></o:p> <o:p></o:p>Programa Nacional de Sanidade Eqüina:<o:p></o:p>Exportação de eqüídeos.<o:p></o:p>Ministério da Agricultura: (61) 218-2232<o:p></o:p> <o:p></o:p>Projeto de Lei do deputado Estadual Waldir Neves (PSDB)<o:p></o:p>Gabinete: 389-6308 e 9204-2048<o:p></o:p> <o:p></o:p>Portaria Nº 77<o:p></o:p>Na Internet: http://iagro.ms.gov.br <o:p></o:p>

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